Petrolina (PE): nova etapa da pesquisa sobre coronavírus vai até domingo (30)

A coordenação do Epicovid19-BR, estudo que estima o número de casos de infecção por coronavírus no Brasil, anuncia a realização de nova etapa de entrevistas e testes rápidos, que teve início ontem (27) e vai até domingo (30) em Petrolina e em outras 132 cidades do Brasil.

A continuidade do estudo, que teve três fases anteriores financiadas pelo Ministério da Saúde, tornou-se possível através de investimento do programa Todos pela Saúde, fundo criado pelo Itaú Unibanco para apoiar o enfrentamento da Covid-19 no Brasil em diversas frentes, entre elas, o suporte a iniciativas de pesquisa científica.

“Os números de casos de infecção, internações e mortes por coronavírus se mantêm altos dia após dia no Brasil. Neste momento, precisamos das melhores evidências para embasar ações, preservar a saúde e prevenir mortes evitáveis de brasileiros”, diz o epidemiologista e coordenador geral do estudo, Pedro Hallal.

A quarta etapa segue a mesma metodologia das três anteriores. Cerca de dois mil entrevistadores do IBOPE Inteligência voltam às ruas, entre os dias 27 e 30 de agosto, para visitar residências e realizar testes rápidos e entrevistas com 250 moradores em cada município incluído no estudo, totalizando amostra nacional de 33.250 participantes somente nesta etapa da pesquisa.

O Estudo de Evolução da Prevalência de Infecção por Covid-19 no Brasil (Epicovid19-BR), coordenado pela Universidade Federal de Pelotas, é a maior pesquisa populacional em andamento no mundo a estimar a prevalência de coronavírus. As três primeiras etapas, realizadas de 14 a 21 de maio, 4 a 7 e 21 a 24 de junho, entrevistaram quase 90 mil pessoas. Os dados inéditos permitiram conhecer o comportamento do vírus no Brasil.

Para cada diagnóstico confirmado pelas estatísticas, o estudo estimou que existem ao redor de seis casos reais não notificados. De cada cem infectados, um vai a óbito.

A pesquisa documenta que, em um mês, a prevalência dobrou na população: os percentuais passaram de 1,9% (1,7 – 2,1%, pela margem de erro), na primeira etapa, para 3,1% (2,8 -4,4%), na segunda, e alcançaram 3,8% (3,5 – 4,2%), na última etapa. Nesse mesmo intervalo, o distanciamento social (percentual de pessoas que ficam sempre em casa) caiu de 23,1% para 18,9%.

Os pesquisadores ainda identificaram a existência de “várias epidemias” em curso simultâneo no país, com diferenças entre as regiões brasileiras e desigualdades entre grupos étnicos e socioeconômicos. Enquanto, no Norte, 10% da população, em média, têm ou já teve coronavírus, no Sul, esse percentual está em torno de 1%. Em todas as fases da pesquisa, os 20% mais pobres apresentaram o dobro do risco de infecção em comparação aos 20% mais ricos. Além disso, indígenas tiveram um risco cinco vezes maior do que os brancos.

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