“Contra provas não há argumentos”, diz em nota pais da garota Beatriz sobre versão de funcionário suspeito de apagar imagens; confira na íntegra por Edenevaldo Alves Postado em 28 de julho de 2018 Nós, os pais de Beatriz Angélica, somos a parte mais interessada na resolução dessa situação. Não somos irresponsáveis, nem levianos e principalmente não gostaríamos de ser testemunhas de mais uma injustiça na sociedade. Sempre cobramos, principalmente das autoridades policiais, uma resposta célere e contundente. Desde o início participamos e colaboramos incansavelmente para que tudo seja esclarecido, custe o que custar, seja o que for, doa a quem doer. Sofremos diariamente com a angústia e impotência diante de situações que são reveladas oficialmente, e muito mais com os vazamentos de informações (que deveriam estar sob sigilo) nas redes sociais. A cada nova revelação nos apegamos profundamente com a esperança renovada de termos um fechamento dessa tragédia que todos vivemos. Quando soubemos que as imagens haviam sido adulteradas ou apagadas, tivemos a certeza de que o caso seria solucionado naquele momento. Eis aí a ponta do novelo. Não foi imputada a autoria de crime de homicídio a Allinson Henrique de Carvalho Cunha, mas sim a prática de crimes diversos que, de alguma forma, contribuíram para que até agora não se chegasse ao resultado esperado por todos. A equipe da Polícia Civil de Pernambuco periciou os equipamentos de gravação de imagens e foi comprovada a prova da materialidade e autoria dos crimes previstos nos artigos 342 caput, e 347 do Código Penal, apontando o ex-funcionário do Colégio Maria Auxiliadora, de Petrolina-PE, como o responsável por deletar imagens captadas por câmeras em que aparece o suspeito do assassinato de nossa Beatriz. Pois bem, a força-tarefa do Ministério Público acatou e ratificou esse pedido de prisão preventiva. A juíza Elena Ribeiro também entendeu que tanto a prova da materialidade quanto a autoria desses crimes estavam presentes. O único motivo do indeferimento foi relativo ao tempo da prática dos crimes praticados por ele, Allinson Henrique, cometidos em 2016. Em relação a esse argumento temos que perceber é que esse fato em si foi o mote do comprometimento de quase toda a investigação, porque a partir do momento em que se deletou as imagens, não se pôde mais chegar com precisão ao autor ou autores do fato criminoso. Então, a questão da contemporaneidade não deveria ser vista no dia de hoje, mas em relação ao comprometimento que essa ação lá atrás trouxe para toda a investigação policial. Não é porque o crime é mais ou menos grave que eu vou dizer se deve ou não ser preso. O que se busca com a prisão nessa situação específica é a solução do inquérito policial. É a conveniência para a instrução processual futuramente. Em notas à imprensa, tanto o Colégio Maria Auxiliadora quanto seu ex-funcionário Allinson Henrique, querem inculcar nas pessoas de que a responsabilidade por ter apagado as imagens é da Polícia Civil de Pernambuco. Isso é lamentável. Contra provas não há argumentos. A verdade prevalecerá. Iremos recorrer dessa decisão que achamos ser bastante injusta. Acreditamos nas instituições e no poder público. Cremos principalmente em Deus. Não permitiremos que outra injustiça seja cometida contra nossa princesa Beatriz. Lucinha Mota e Sandro Romilton.