“Contra provas não há argumentos”, diz em nota pais da garota Beatriz sobre versão de funcionário suspeito de apagar imagens; confira na íntegra

Nós, os pais de Beatriz Angélica, somos a parte mais interessada na resolução dessa situação. Não somos irresponsáveis, nem levianos e principalmente não gostaríamos de ser testemunhas de mais uma injustiça na sociedade.

Sempre cobramos, principalmente das autoridades policiais, uma resposta célere e contundente. Desde o início participamos e colaboramos incansavelmente para que tudo seja esclarecido, custe o que custar, seja o que for, doa a quem doer. Sofremos diariamente com a angústia e impotência diante de situações que são reveladas oficialmente, e muito mais com os vazamentos de informações (que deveriam estar sob sigilo) nas redes sociais.

A cada nova revelação nos apegamos profundamente com a esperança renovada de termos um fechamento dessa tragédia que todos vivemos. Quando soubemos que as imagens haviam sido adulteradas ou apagadas, tivemos a certeza de que o caso seria solucionado naquele momento. Eis aí a ponta do novelo.

Não foi imputada a autoria de crime de homicídio a Allinson Henrique de Carvalho Cunha, mas sim a prática de crimes diversos que, de alguma forma, contribuíram para que até agora não se chegasse ao resultado esperado por todos.

A equipe da Polícia Civil de Pernambuco periciou os equipamentos de gravação de imagens e foi comprovada a prova da materialidade e autoria dos crimes previstos nos artigos 342 caput, e 347 do Código Penal, apontando o ex-funcionário do Colégio Maria Auxiliadora, de Petrolina-PE, como o responsável por deletar imagens captadas por câmeras em que aparece o suspeito do assassinato de nossa Beatriz.

Pois bem, a força-tarefa do Ministério Público acatou e ratificou esse pedido de prisão preventiva. A juíza Elena Ribeiro também entendeu que tanto a prova da materialidade quanto a autoria desses crimes estavam presentes. O único motivo do indeferimento foi relativo ao tempo da prática dos crimes praticados por ele, Allinson Henrique, cometidos em 2016.

Em relação a esse argumento temos que perceber é que esse fato em si foi o mote do comprometimento de quase toda a investigação, porque a partir do momento em que se deletou as imagens, não se pôde mais chegar com precisão ao autor ou autores do fato criminoso. Então, a questão da contemporaneidade não deveria ser vista no dia de hoje, mas em relação ao  comprometimento que essa ação lá atrás trouxe para toda a investigação policial. Não é porque o crime é mais ou menos grave que eu vou dizer se deve ou não ser preso. O que se busca com a prisão nessa situação específica é a solução do inquérito policial. É a conveniência para a instrução processual futuramente.

Em notas à imprensa, tanto o Colégio Maria Auxiliadora quanto seu ex-funcionário Allinson Henrique, querem inculcar nas pessoas de que a responsabilidade por ter apagado as imagens é da Polícia Civil de Pernambuco. Isso é lamentável. Contra provas não há argumentos. A verdade prevalecerá.

Iremos recorrer dessa decisão que achamos ser bastante injusta. Acreditamos nas instituições e no poder público. Cremos principalmente em Deus. Não permitiremos que outra injustiça seja cometida contra nossa princesa Beatriz.

Lucinha Mota e Sandro Romilton. 

1 Comentário

  1. Costa Silva

    30 de julho de 2018 em 15:00

    É uma pena que uma luta nobre tenha se tornado uma briga de Gato e Rato e com motivações politicas de ambos os lados, onde um tem o interesse de iniciar uma nova vida politica e o outro de alcançar o prometido caso houvesse resolução do caso. A sociedade costuma avaliar apenas o lado emocional da historia, deixando a razão, o raciocínio de lado. Por isso que na hora de votar, muitos iludidos e motivados pelas promessas eleitorais acabam elegendo uma pessoa que não representa o interesse comum, coletivo, prevalecendo o interesse individual e pessoal, resultando em tantos casos de corrupção.
    Ninguém é designado para comandar uma investigação sem ser oferecido algo em troca, como bonificação e promoção. Porém falta de maturidade e o interesse particular está se sobrepondo sobre o real propósito que é de encontrar o assassino.
    Várias equipes já passaram por esse caso, nem me lembro ao certos quantas, e tudo foi investigado novamente, visitas na escola, depoimentos e as mesmas conclusões, e, nada de novo foi descoberto por essa última! A policia era incompetente, tardia, sem compromisso, as criticas eram constantes, até normal escutar isso de uma família que busca o esclarecimento desse crime tão cruel, mas agora são colocados em pedestal e a culpa passou a ser do estado que não oferece meios suficientes para os coitados trabalharem. A troca de interesses é bem clara se cada um para analisar os fatos. Interesses meramente políticos.
    Me recordo que um professor da faculdade sempre dizia – Seja profissional, analise os fatos com a razão, não se envolva com o emocional de seu ” cliente”, porque se isso acontecer, irá prejudicá-lo sem perceber!
    Torço para que esse caso seja esclarecido, que a família e todos os envolvidos possam ter Paz.

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