Comissão de Direitos Humanos da Câmara de Petrolina envia nota de repúdio a abordagem do 2º BIESP

NOTA DE REPÚDIO

A comissão de Direitos Humanos e Cidadania da Câmara Municipal de Vereadores vem expressar seu repúdio aos atos de violência policial relatados pelo casal de comerciantes do bairro Vila Eulália. A denúncia foi feita no último
dia 07 de abril, e relata que quando o casal estava voltando para a residência da família, noite da última segunda-feira, 06, após fechar o ponto comercial no bairro José e Maria, onde vendem acarajé, o marido, juntamente com um amigo, que trabalha fazendo entregas, foram abordados por uma viatura do 2º BIESP para que parassem o veículo, porém, devido a proximidade com a residência, pararam o veículo em frente a mesma. Segundo a mulher, sem perceber o sinal que os policiais haviam dado, o companheiro dela desceu do carro e entrou normalmente em casa para acomodar os materiais que levava. Os policiais chegaram logo em seguida com atos de extrema truculência contra o auxiliar que se encontrava no carro e em seguida contra o comerciante. As agressões continuaram dentro da casa da família, diante de 2 crianças e um idoso, mesmo após pedidos para que os policiais não entrassem, devido ao risco de contaminação, tendo em vista as orientações de saúde para o combate a COVID-19.

Ainda segundo o relato, durante a ação 8 viaturas da companhia estavam presentes no local, os policiais presentes fizeram uma suposta busca por uma arma de fogo que estaria na residência, e durante essa “busca”, nenhuma arma foi encontrada. Durante a procura diversos móveis, eletrodomésticos e objetos da família foram destruídos. As vítimas relatam, que durante a agressão o homem desmaiou e após voltar a si, os policiais voltaram a agredi-lo, depois seguiram com ele para um local indeterminado onde as agressões continuaram e somente após esses atos foi conduzido à delegacia do bairro Ouro Preto.

Tal ação é imensamente questionável e reprovável, uma vez que os policiais não apresentaram motivo concreto e coerente para justificar a abordagem, que se mostrou infundada tendo em vista que nenhuma arma foi
encontrada. E diante da abordagem o emprego da força bruta por vários policiais contra dois homens desarmados, que poderiam ser facilmente conduzido sem qualquer necessidade de agressão, é prova de abuso explícito na ação. Além disso, a mulher relatou está com o seu bebê no colo e mesmo assim teve arma apontada para a cabeça, testemunhou palavras agressivas dos policiais e foi obrigada a acompanhá-los à delegacia, sem que nenhuma
policial feminina estivesse presente durante a operação. Também é extremamente grave o fato de que a ação violou mais de uma vez, as regras impostas a população durante o período de isolamento, primeiro devido ao excessivo número de agentes presentes no local, chegando a 8 viaturas e aproximadamente 32 policiais, onde vários deles entraram na residência onde se encontra uma pessoa idosa, pertencente ao grupo de risco para a COVID-19.

Essa abordagem só reforça o despreparo dessa força policial para lidar com a população. Ações como essa violam os mais básicos direitos de um indivíduo e ferem terrivelmente suas vítimas. É inaceitável que mais uma vez
recebamos a denúncia de uma ação truculenta por parte do 2º BIESP, companhia que deveria ser referência em segurança para a população e tem sua imagem vinculada atualmente à violência, ao medo, principalmente nas
periferias da nossa cidade.

A comissão de Direitos Humanos e Cidadania está dando a devida assistência às vítimas e reafirma seu compromisso de lutar pela garantia dos direitos do povo petrolinense e assegura que trabalhará para que todos os
fatos sejam explicados e que os responsáveis arquem com as consequências Comissão de Direitos Humanos e Cidadania de seus atos de violência. Aproveitamos para reiterar antigas solicitações de agenda com o Governo do Estado de Pernambuco, principalmente responsável por essa situação. Lamentamos, também, a falta de assistência social a essa família por parte do governo municipal. Esperamos que não sejam necessários novos atos de tamanha gravidade, ou pior, para que providências urgentes e necessárias sejam tomadas para a superação dos frequentes atos de violência policial no nosso município.

Basta de violência policial!
As nossas periferias merecem mais respeito!
Comissão de Direitos Humanos e Cidadania da Câmara Municipal de Petrolina.

1 Comentário

  1. Carlos Amorim

    11 de abril de 2020 em 01:29

    Quem compõe essa tal comissão? Onde vivem? O que comem? Porque não vejo essa comissão de tais direitos humanas preocupada com os moradores de rua de nossa cidade, não vejo essa comissão de tais direitos humanos fazendo ações humanas para aquelas pessoas que passam necessidades naquela comunidade próximo ao joão de Deus e nem em outras comunidades carentes de petrolina. Então me pergunto para que serve esta tal comissão e quem faz parte dela? Só vejo essa comissão destilando ódio contra a Polícia Militar de Pernambuco, em especial ao 2°Biesp.
    Sera que o papel desta comissão é tentar desmoralizar uma instituição tão seria como é a nossa Polícia Militar? Quando acontece algum crime nesta cidade, quem o povo chama para sua proteção? A Polícia militar ou esta comissão?

    É claro que tudo deve sim ser investigado. E a justiça dirá o resultado das investigações.

    Porem eu Carlos Amorim preciso da Polícia Militar, Policia Civil, Guardas Municipais, e todas as forças de Segurança desta cidade para a minha proteção, mas esta tal comissão de Direitos Humanos, para mim não tem serventia Alguma, tendo em vista que esta comissão esquece que a Declaração Mundial dos Direitos Humanos é para TODOS, e não só para os escolhidos de um lado só da Historia.

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