Caso Denirson: ‘Só quero que ela pague pelo dano que causou’, diz Danilo sobre a mãe, Jussara

Danilo Paes, engenheiro acusado de ter participação na morte do pai, o cardiologista Denirson Paes, ocorrida em maio de 2018, quebrou o silêncio e falou pela primeira vez sobre o caso. “Eu gostaria de deixar bem claro que Denirson era e é meu pai. E eu jamais faria algo do tipo com ele e nem com ninguém. Eu não sou um assassino e estou provando a minha inocência”, afirmou Danilo. Em um depoimento gravado em vídeo, de 5 minutos e 54 segundos, Danilo revelou o que tem sentido em relação aos amigos, familiares e à mãe, Jussara Rodrigues, apontada como autora do crime.

“Depois que ela confessou, foi um baque para mim. Eu não consigo acreditar até hoje. E eu só quero agora que ela pague pelo dano que causou. Não só ao meu pai, mas a toda família”, disse Danilo. De acordo com o advogado Rafael Nunes, “a inocência de Danilo é explicita. Ficou claro na instrução criminal. Todas as testemunhas ouvidas, de acusação ou de defesa, afirmaram que ele é um jovem educado, tímido, calmo, incapaz de fazer o mal. Absolutamente nada foi provado contra ele.”

O advogado disse que a defesa espera que ele seja absolvido sumariamente. “Estamos tranquilos e serenos. Acreditamos na Justiça, que ele não vai a júri popular”, disse Rafael. De acordo com a Polícia Civil, Denirson foi morto por esganadura no dia 31 de maio. Também foi encontrado um afundamento no crânio. O corpo foi esquartejado e os restos mortais, jogados dentro da cacimba da casa onde a família morava, em um condomínio de luxo em Aldeia. O inquérito concluiu que Jussara não conseguiria fazer tudo sozinha, e Danilo, filho mais velho do casal, foi acusado de ter auxiliado no crime. Os dois foram presos no dia 5 de julho.

“Diante desse cenário, recebi informações sempre da polícia, que fez um trabalho irresponsável e sem credibilidade em relação à minha pessoa”, disse Danilo. “Acharam que eu tinha feito algo porque simplesmente eu sentia dores na coluna. Eu tive problemas e tenho problemas na coluna há um bom tempo. Eu fiz exames de ressonância magnética que constataram problemas três meses antes do ocorrido, no mês de março”, ressaltou.

“Também alegaram que não chorei na hora em que recebi a notícia. Eu posso dizer que cada pessoa tem o seu jeito de externar os seus sentimentos, cada pessoa possui o seu jeito. Eu sou uma pessoa tímida, que leva muito para o interior as suas coisas. E só Deus sabe o que eu sofri e venho sofrendo diante desses dias.”

Depois das audiências de instrução, ocorridas nos dias 07 e 14 de dezembro, ele foi solto no dia 21 de dezembro, após pagamento de fiança de R$ 5 mil. “Eu passei cinco meses preso em um lugar terrível, acusado de ter feito algo terrível, que é ser acusado da morte do próprio pai. Perdi ele. Obviamente que foi a maior perda. Perdi toda a minha família, perdi boa parte dos meus amigos. Perdi pessoas importantes na minha vida, que eu esperava poder contar nesse momento”, diz Danilo, no depoimento.

“Mas, acima de tudo, eu não perdi o principal, que é a tranquilidade, a serenidade, a minha consciência de que eu sou inocente e de que jamais seria capaz de fazer algo desse tipo que estão me acusando.” Danilo ressaltou ainda que os problemas que existiam em casa envolviam o pai e a mãe e não eram de conhecimento de toda a família. Mas confirmou que os dois formavam um casal apenas de aparência.

“Meu relacionamento com meu pai, eu posso dizer que era de respeito, de muito amor, de carinho. Ele nunca deixou faltar nada para mim, nem para meu irmão. O problema era com a minha mãe. Eu não tinha problema com ele. Era um problema conjugal”, contou. “Era óbvio para quem frequentava a casa que eles não eram mais um casal, que viviam de aparência. Eu não sabia que ele tinha uma amante, porque tanto ele como a minha mãe não compartilhavam tanto assuntos pessoais.” (Folha PE).

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