Artigo do leitor – Facape: Uma mistura de amadorismo, incompetência e esperteza

Nos idos dos anos 1990, a Facape figurava sempre na condução dos certames públicos da região. A instituição era respeitada e frequentemente convocada pelas prefeituras das cidades circunvizinhas, a exemplo de Lagoa Grande, Santa Maria, Orocó e as demais, a dirigir seus processos de provimento de servidores públicos.

Nos últimos 8 anos, a Facape começa a declinar na sua respeitabilidade, devido a uma série de denúncias de irregularidades, como a escolha de locais inadequados ou o desencontro de horários de início da realização das provas, demonstrando, assim, desempenho insatisfatório.

Um exemplo disto foi o ano de 2010, precisamente, na ocasião em que o vestibular de ingresso da própria instituição fora cancelado em virtude de vazamento do gabarito pela internet na noite anterior, situação esta, nunca explicada satisfatoriamente pela administração da Facape ou pela Comissão de Concursos.

Contudo, ainda manteve a confiança da prefeitura de Petrolina, por quem tem sido incumbida de conduzir os concursos públicos, apesar das faltas recorrentes, como agora nos dias 16,17 e 18, no processo seletivo para contratação de professores da educação infantil e fundamental e auxiliar administrativo.

No referido certame, como é de conhecimento notório, após aplicação da prova do dia 16, destinada aos cargos de professores de educação infantil, os participantes denunciaram a existência de irregularidades como questões fora do conteúdo do edital, pacotes de provas sem estar devidamente lacradas e em quantidade insuficiente, embora previamente conhecido o número exato de pessoas.

Além disso, os grupos de professores, em discussão pelas redes sociais descobriram que a maioria das questões tinha sido plagiada de outras bancas, em certames como o do ministério da Fazenda, da OAB, de delegado assistente de Goiás, do ENEM, entre várias outras fontes consultada, o que resultou no cancelamento das provas.

O Presidente da Comissão de Concursos da Facape, quando questionado sobre os fatos, limitou-se a informar que apenas tinha cedido o prédio, transferindo a responsabilidade do certame à prefeitura, que prontamente respondeu que a responsabilidade é da Facape. Como essa desculpa esfarrapada não “colou”, o Presidente da Comissão de Concursos, tentou se esquivar mais uma vez, e jogou a responsabilidade na gráfica que imprimiu as provas.

O que se observa nisso tudo é uma mistura de amadorismo, incompetência, e esperteza. Deixo aos responsáveis pela comissão de concursos da Facape, convencer aos cidadãos de Petrolina que não atuam para sucatear a instituição, tendo, enfim, argumentos a justificar uma possível proposta de privatização, quando o descrédito e o desrespeito a coisa pública acarretar na ruína financeira de nossa estimada faculdade.

E espero que a credibilidade desta instituição seja reconquistada no menor tempo possível, pois Petrolina merece um centro de referência de ensino superior do tamanho de sua grandeza.

Por Carlos Manoel Ribeiro Silva