Artigo: A infâmia como prática racista

Nesta quarta-feira (29), um programa de rádio, em rede nacional, cometeu uma agressão aos nordestinos que precisa ser enquadrada em algum artigo do Código Penal. Não vai ser (ou não o vai, como queiram os coxinhas), porque este é o Brasil de hoje e de 517 anos.

Rede de rádio que tem uma emissora no Recife, por isso foi ouvida por todos que a sintonizam. Não foi possível identificar o autor da blasfêmia (foi pego no meio da conversa). Mas, mais uma ofensa aos nordestinos. Os coxinhas dirão que não ouviram nada demais. A emissora é a Jovem Pan, de São Paulo.

“Os nordestinos de posse mandam os seus filhos para São Paulo, para São Paulo e Rio. Eles se formam e voltam pra lá. Vão ser o quê? Como não existe estímulo à iniciativa privada, eles vão ser políticos. Kkkkkk (riem todos). Aqui é diferente. Os jovens se formam e vão ter empresas, produzir”, analisou a voz masculina que não foi possível identificar (talvez no site da rádio esteja o programa).

Digo: essa emissora e esse programa, racistas e preconceituosos, vivem a ofender, agridir, humilhar. A emissora é, repito, a Jovem Pan. Uma rede nacional. O horário: 18hs às 19hs. Programa Pingo nos “Is”, que já foi conduzido pelo declarado jornalista Reinaldo Azevedo. Substituiram o dito, os também ditos jornalistas Joice Hasselmann, Felipe Moura Brasil e Fernando Martins, que já participava do programa. Não basta o bacharelado, é preciso a isenção. Se não têm o diploma, pior ainda: são charlatães.

Repito, também: os coxinhas nordestinos dirão que “não ouviram nada demais”. Não veem “nada demais”. O ódio a Lula e ao PT vai lhes respaldar a humilhação. Beijem as mãos de Joice, Felipe e demais imorais. Saibam apenas: eles não são jornalistas, nunca o foram.

Ayrton Maciel – jornalista por formação.