Dom Beto Breis recebe o título de cidadão juazeirense e pede atenção para pobres e periferias

O Bispo da Diocese de Juazeiro, Dom Beto Breis, recebeu na noite desta terça-feira (12) na Casa Aprígio Duarte o título de cidadão juazeirense. Representantes de entidades da sociedade civil, vereadores, militares, padres, religiosas e membros de pastorais e movimentos da Igreja se fizeram presentes na solenidade ocorrida no auditório da Câmara de Vereadores municipal.

Em seu discurso, Dom Beto agradeceu a homenagem ressaltando que ela é um reconhecimento ao trabalho desenvolvido pela Diocese na região e pediu mais compromisso dos legisladores com a população mais pobre e com as periferias.

Confira parte dos discurso de Dom Beto:

E agora, como cidadão juazeirense e bispo de uma Igreja cidadã e defensora da cidadania de todos, quero parabenizar os senhores e senhoras desta Casa do Povo por terem aprovado na íntegra nesta tarde o Plano Municipal de Saneamento Básico de Juzaeiro. A revitalização dos córregos e riachos que correm e percorrem nossa cidade é urgente, para o bem da Casa Comum (irmã água, irmãs plantas….) e para o cuidado das populações.  Uma reivindicação justa do MPC (Movimento Popular da cidadania), que se faz porta-voz do anseio – consciente e inconsciente – da população.

Atrevo-me, ainda, a pedir aos homens públicos aqui presentes que não se esqueçam dos mais pobres, dos vulneráveis e sedentos de justiça e de direitos respeitados. Para nós crentes das mais diversas denominações cristãs a opção pelos pobres é de matriz teológica, não primeiramente sociológica. Daqui a poucos dias, no Natal, iremos celebrar o mistério encantador e desconcertante do Filho de Deus que “sendo rico, se fez pobre para enriquecer-nos”, como lembra o Apóstolo. Fez-se pobre e frágil no sublime mistério da Encarnação e proclamou bem aventurados os pobres, de quem é o Reino dos céus . Os empobrecidos tantas vezes desprezados pelos que detém o poder são vítimas de uma sociedade regida por mecanismos materialistas que, como afirmava peremptoriamente São João Paulo II, “produzem, em nível internacional, ricos cada vez mais ricos à custa de pobres cada vez mais pobres”.

Como homens públicos, re-presentantes do povo, lutem para que dívidas sociais sejam ressarcidas. Visitem os pobres, ouçam seus clamores, vejam seus sofrimentos, exerçam seus mandatos a partir das periferias (pois aí está o centro do Evangelho e o começo de uma ordem social equitativa e promotora de Paz). Neste sentido, tornam-se oportunas as palavras do Papa Francisco:

“Peço a Deus que cresça o número de políticos capazes de entrar num autêntico diálogo que vise efetivamente sanar as raízes profundas e não a aparência dos males do nosso mundo. A política, tão manchada, é uma sublime vocação, é uma das formas mais preciosas da caridade, porque busca o bem comum”. 

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