Projeto de Lei sobre a “manta do bode” gera bate boca entre vereadores da situação

Teoricamente uma pauta simples entrou na ordem do dia da sessão ordinária da Casa Plínio Amorim desta quinta (11), se não fosse o protagonismo dos vereadores da bancada de situação de Petrolina.

Com a plateia cheia de convidados; mestres, pesquisadores e doutores da Embrapa, os vereadores disputaram a autoria do Projeto de Lei nº 135/2018, de Maria Elena, Aero Cruz e Ronaldo Cancão. O documento declara a Manta Caprina e Ovina de Petrolina como patrimônio cultural imaterial do município. Com a confusão terminou não havendo a subscrição do Projeto.

Os situacionistas Maria Elena, Ronaldo Silva e Zé Batista não apenas defenderam o Projeto como protagonizaram publicamente a disputa pela autoria documento com uma discussão dura na frente dos convidados.

O vereador Ronaldo Silva iniciou a discussão dizendo que “o projeto é muito importante para nosso município e não pode partir apenas de um ou dois vereadores”. Ele aproveitou para pedir a revitalização do Bodódromo, uma reivindicação antiga do seu aliado político, o ex-prefeito Guilherme Coelho. E terminou sua fala afirmando “se eu soubesse que ia dá tanta polêmica pedir aos vereadores da Casa que subscrevessem o Projeto tão importante para o município eu não tinha pedido. A vereadora quer se aparecer, mas o projeto é da Casa e se a gente não votar, a senhora não coloca o seu projeto, a senhora depende da gente, então não queira ser soberba não. A senhora depende do voto de cada um dos companheiros aqui. Peço desculpa a plateia pela discussão tão pequena”, disse para Maria Elena.

Cancão destacou em sua fala o pioneirismo de Zé Batista quando levou à Câmara a mesma proposta de reconhecimento da manta animal quando ocupou a Secretaria de Agricultura do município.

Zé Batista disparou: “Eu tenho esse trabalho junto aos organismos de Petrolina (…) começou assim e daí surgiu a ideia de criar essa Projeto de Lei, pedi os técnicos da Embrapa que procurassem nosso líder Aero Cruz para tratar do assunto aqui na Câmara, tudo bem, Maria Elena como é da área de Cultura e Turismo fez o projeto, mas sem o meu conhecimento. Por essa razão eu quero dizer aos senhores vereadores que eu não preciso estar subscrevendo projeto de ninguém porque Petrolina conhece o meu trabalho”. Zé Batista continuou dizendo “Petrolina conhece as minhas ações parlamentares, os estudantes de Agronomia, Zootecnia, Agroindústria e Agropecuária do IF Sertão conhecem (…) então eu quero dizer aos senhores que ou subscrevem toda a Casa ou eu não tenho interesse de subscrever. Eu não quero me aparecer sozinho”, disse.

O líder da situação Aero Cruz obedeceu a cartilha, convocou os vereadores para subscrever o Projeto e as discussões continuaram, mas a colega de bancada Maria Elenca não gostou da postura dos vereadores Ronaldo Silva e Zé Batista, retrucou de imediato: “Só o que me faltava nessa Casa ao longo dos meus cinco mandatos eu ser admoestada ou virar vereador classista, quem pode e quem não pode. Daqui a pouco o vereador aqui só vai poder tratar de um assunto. Eu não tenho culpa se aqui nessa Casa tem vereadores lentos demais para não dizer omissos, se tem vereadores que não vão à luta como Maria Elena vai (…) tratar desse assunto não é privilégio de ninguém, respeitem uma vereadora que tem cinco mandatos, dos quais quatro consecutivos, sempre como a primeira, a segunda ou a terceira mais votada, tenho votos nos quatro quantos dessa cidade, respeite a vereadora que é filha, neta e bisneta de trabalhador, criador rural, que já tirou leite da vaca e estuda cada matéria que vem a esta Casa. A vereadora está subscrevendo, se não fosse por estes motivos (…) eu fui procurada por representantes da Embrapa e trouxemos eles aqui para falar desse projeto”, pediu respeito e em meio ao discurso chamou o colega de bancada Ronaldo Silva de agitador barato. “Vá estudar, você cria todos os problemas daqui. Eu não estou brincando”, disse irritada com o colega e também se voltou aos vereadores de oposição. “Estou aprendendo a conviver com essa oposição barata aqui na Câmara, se cobraram estrutura do matadouro, não se ativeram ao Projeto”, isso porque os vereadores da Oposição pediram providencias para a revitalização do Matadouro Municipal fechado com a promessa de construção de um novo, mas até o momento os marchantes e consumidores de carne aguardam.

O presidente Osório Siqueira precisou desligar os microfones dos edis. E para acalmar os nervos dos vereadores e manter o brilho da sessão em função da importância do PL, convidou o pesquisar Tadeu Voltolini que agradeceu ao usar a tribuna livre. “Queremos trazer a mensagem de agradecimento à esta Casa sem nenhuma distinção e reconhecer que não foi um trabalho individual, pelo contrário, foi um trabalho essencialmente coletivo”, frisou dando uma aula de cidadania aos vereadores que protagonizaram a discussão.

Portanto, foi declarada como bem cultural e imaterial de Petrolina a mantra caprina e ovina e agora o PL segue para a sanção do Prefeito Miguel Coelho.

Por Mônia Ramos.

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