Pernambuco pode ir para fim da fila na volta ao futebol

Voltar aos treinamentos presenciais já é uma realidade para clubes do Sul, além de alguns do Sudeste. Cada um a sua forma, eles iniciaram trabalhos simples em separado, sem o tradicional coletivo. Tudo isso com uma testagem inicial para identificar se algum profissional está infectado pelo novo coronavírus. Um pequeno passo para o objetivo de ver a bola rolando no futuro. Porém, alguns locais em que a doença avança progressivamente ainda não permitiram esse tipo de atividade, gerando um retorno sem uniformidade no Brasil. Cenário que pode deixar estados como Pernambuco, que ainda não “voltou ao normal”, no fim da fila do regresso ao futebol.

Primeiro, é bom explicar que cada estado possui uma realidade diferente quanto aos casos da Covid-19. Rio Grande do Sul e Santa Catarina, por exemplo, possuem aproximadamente sete mil casos. O Paraná, pouco menos de quatro mil. Pernambuco, quinto estado do País com mais infectados, registrou até a última terça (26) 28.366 testes positivos para a edoença. O que explica o fato de a liberação aos treinos não acontecer ao mesmo tempo.

Nos estados que já liberaram as atividades, os estaduais devem iniciar mais cedo do que os de outros pontos do País. Para o preparador físico do Santa Cruz, Carlos Gamarra, ainda que os treinos estejam sendo realizados de maneira restritiva, com pequenos grupos de atletas espalhados pelo Centro de Treinamento de cada equipe, existe a possibilidade de o Tricolor voltar ao batente em desvantagem em relação aos times que disputam Copa do Nordeste e Série C. “O prejuízo existe e temos consciência disso. Os times que voltarem, logicamente, vão ter uma vantagem em relação às partes física, técnica e tática também”, explicou Gamarra. “Ainda estamos esperando as autoridades do Recife se pronunciarem para ver quando a gente pode iniciar esse processo com grupos reduzidos e com todos os cuidados necessários”, completou. A expectativa da Cobra Coral é voltar antes de uma definição da FPF sobre as datas de cada partida remanescente do Estadual.

Para o técnico do Sport, Daniel Paulista, é preciso saber quanto tempo os clubes pernambucanos terão na nova “pré-temporada” para dimensionar a situação. “Lógico que existirá uma diferença. Nós ainda não temos autorização para voltar às atividades e, se não tivermos um tempo justo de preparação, teremos um déficit em relação aos outros clubes. Temos de torcer pela diminuição dos casos para depois saber os dias de treino que teremos antes dos jogos. Sabemos que, quanto mais a paralisação continuar, maior será o impacto no segundo semestre. Precisaremos provavelmente jogar seguidamente por todas as semanas. Vejo isso com preocupação. Se não tivermos tempo para condicionar os atletas, nós poderemos ter um alto índice no número de lesões”, declarou.

FPF

O presidente da FPF, Evandro Carvalho, não acredita que um início posterior aos treinos vai prejudicar os clubes do Estado. “Não acho que existirá diferença. Quem começou a treinar vai jogar o estadual, mas depois terá de esperar pelos demais clubes para o início do Nacional. Correm o risco de começar cedo, mas parar por algumas semanas, só com treinamentos e sem disputar jogos oficiais. Já aqui, quando começarmos, teremos um tempo de preparação de 15 dias para jogar as competições que eram do primeiro semestre e emendar logo nos torneios nacionais, sem pausa e mantendo o ritmo de jogo. Se a curva epidêmica cair, a gente volta a treinar na segunda quinzena de junho e recomeça o campeonato em julho”, explicou o presidente.

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