Nível de contaminação da água do Paraopeba gera insegurança na população próxima a represa de Três Marias

Sensibilizado diante da ansiedade gerada pela falta de informação à população ribeirinha e às comunidades que sobrevivem do rio São Francisco e de seu afluente, o rio Paraopeba, o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF) convocou uma reunião para que os órgãos públicos estaduais e federais, junto a Vale, pudessem esclarecer as dúvidas e amenizar a preocupação da população.

Desde o rompimento da mina Córrego do Feijão no dia em 25 de janeiro, desastre provocado pela mineradora Vale, em Brumadinho (MG), as pessoas seguem inseguras sobre a qualidade da água que abastece a região do lago de Três Marias. O encontro aconteceu em Felixlândia (MG), município localizado próximo ao ponto em que o rio Paraopeba deságua no São Francisco.

Leonardo Romano, coordenador da Câmara Técnica Setorial de Aquicultura da SEAPA,  explica que a população está muito assustada com as informações desencontradas e a possibilidade do comprometimento do parque aquícola de Três Marias. “Peço que os responsáveis redobrem a atenção com relação aos cuidados que precisam ter para que, quando a água chegar aqui, não prejudique a população de peixes e os criatórios”, completa.

Segundo Anivaldo Miranda, presidente do CBHSF, o comitê convocou a reunião porque criou-se uma grande ansiedade em toda a bacia do rio São Francisco. “Não tenho dúvidas que todos os ribeirinhos ficaram apreensivos e querem saber qual a repercussão desse evento e eles têm toda a razão. É fundamental que as autoridades sejam as mais transparentes possível. Porque informação é a melhor maneira de baixar a ansiedade das populações e, de maneira organizada, preparar a sociedade para lidar com esse problema”, explica o presidente.

Responsável por esclarecer sobre a segurança da saúde pública, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SESMG) ainda não informou à população se é possível continuar consumindo o peixe da região.

Urgência por respostas

O impacto econômico no entorno do lago de Três Marias é uma das grandes preocupações para os prefeitos dos municípios, que cobram alguma atitude da Vale. “O que a Vale vai oferecer para essas pessoas? O que ela vai fazer para dar apoio a esses produtores rurais? A Vale precisa montar um planejamento para que essas comunidades tenham sua sobrevivência garantida?”, questiona o prefeito de Três Marias, Adair Divino.

A previsão para a chegada dos rejeitos no final do reservatório de Retiro Baixo é no dia 6 de fevereiro. De lá até às maquinas, que permanecem desligadas desde então, são 31 km de distância, o que garante tempo hábil para a usina tomar novas decisões. (CBHSF)

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