Nanotecnologia é tema de evento no Vale do São Francisco

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Nano é uma escala de medida muito pequena, algo equivalente a um tamanho mil vezes menor que o diâmetro de um fio de cabelo. Pois bem, é nessa dimensão diminuta que pesquisadores e instituições têm trabalhado no desenvolvimento de produtos que resolvam grandes problemas em áreas como medicina, farmacologia, energia, biotecnologia, informação, segurança nacional e agricultura.

O potencial dessa técnica, para gerar soluções em campos tão diferentes do conhecimento, vai ser apresentado em dois eventos que acontecem até amanhã (12), no Complexo Multieventos da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), em Juazeiro (BA): I Congresso em Ciências dos Materiais e a V Escola de Nanotecnologia da Rede AgroNano. O objetivo dos organizadores é expor as pesquisas realizadas na área e integrar as informações e técnicas produzidas nessa escala às necessidades do negócio agrícola da região.

A programação dos eventos consta de sessão de pôsteres, minicursos e palestras. Os assuntos variam, por exemplo, da “Química de Materiais”, “Biotecnologia”, “Microscopia Eletrônica de Varredura” à “Simulação computacional” para estudo das propriedades eletrônicas de materiais. Também serão abordados temas como “Tratamento dos resíduos gerados pela agricultura”, “Avaliação do ciclo de vida e impactos ambientais de nanomateriais”, além das aplicações da nanotecnologia no agronegócio.

A realização conjunta do congresso e da escola de nanotecnologia reúne importante estrutura de pesquisa do país. Um, é o Programa de pós-graduação em Ciência dos Materiais (PPGCM), da Univasf, que já formou 40 especialistas em nível de Mestrado e tem sólidas parcerias com universidades do exterior, como o Instituto de Tecnologia de Massachusetts – MIT, em inglês – e a Universidade de Coimbra, e, no Brasil: UFPE, UFBA, USP, UFRJ, entre outras.

Outro, é a Escola de Nanotecnologia da Rede AgroNano que congrega mais de 150 pesquisadores das áreas de física, química, bioquímica, biologia, agronomia, zootecnia e engenharias de 53 instituições de todas as regiões do Brasil. Um dos seus membros e palestrante nos eventos, Douglas Britto, pesquisador da Embrapa Semiárido, considera que esta distribuição por todo o país “favorece o desenvolvimento regional com maior equilíbrio, ao mesmo tempo que atua como núcleo aglutinador de ideias e pessoas”

A formação dessa rede em 2006 deu grande impulso à área de nanotecnologia, inclusive com a geração de equipamentos relevantes em segmentos com cadeias produtivas bem estruturadas como as de bebidas de café, vinho e leite. Produzidas por pesquisadores da Embrapa, um sensor nanotecnológico nomeado de “língua eletrônica” é capaz de detectar características sensoriais desses produtos como amargor, doçura e azedume.

Uma pesquisa em andamento na Embrapa Semiárido estuda extrair substâncias com propriedades bioativas (vitaminas, óleos essenciais de plantas nativas e extratos vegetais de casca de uva) e encapsular em nanopartículas a fim de aplicação em filmes e revestimento protetor em frutas.

“Estas substâncias bioativas podem ter diversas atividades como antifúngica, nutracêuticas e protetoras que, além de sua grande potencialidade para a agroindústria, são obtidas, geralmente, de resíduos agroindustriais”, explica Douglas.

O I Congresso em Ciências dos Materiais e a V Escola de Nanotecnologia têm como público alvo, além de pesquisadores da área, pós-graduandos e graduandos das Engenharias, da Física, da Química e da Biologia. Por ser um evento conjunto, permitirá uma grande difusão do conhecimento técnico-científico no Vale do São Francisco e possibilitará o intercâmbio e formação de novas parcerias para a solução de problemas do Agronegócio, principalmente no semiárido.

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