MPF denuncia empresários, PMs e bombeiros por desviar verba para vítimas de enchentes em Pernambuco

O Ministério Público Federal em Pernambuco (MPF-PE) ofereceu nova denúncia contra investigados pela Operação Torrentes, que apura desvios de verbas para a compra de produtos para vítimas de enchentes na Zona da Mata Sul do estado. Na lista, estão 13 alvos, incluindo empresários, PMs e bombeiros. Um deles é ex-comandante do Corpo de Bombeiros do Maranhão e outro, ex-secretário de Defesa Civil daquele estado.

A denúncia foi oferecida na terça-feira (26) e divulgada nesta quarta-feira (27). Os 13 alvos respondem pela prática dos crimes de corrupção ativa qualificada, corrupção passiva qualificada, tráfico de influência, peculato e lavagem de dinheiro. O valor desviado equivale a mais de R$ 12 milhões.

Na denúncia, o procurador João Paulo Holanda Albuquerque argumenta que mais de R$ 185 mil foram pagos pelos empresários Ricardo José Padilha Carício e sua esposa, Rafaella Carrazzone da Cruz Gouveia Padilha.

Em parceria com o empresário Ítalo Henrique Silva Jaques e com o advogado Daniel Pereira da Costa Lucas, o casal teria atuado para que órgãos públicos aderissem a duas atas de registro de preços celebradas pela Casa Militar de Pernambuco.

Os beneficiados seriam o então comandante do Corpo de Bombeiros do Maranhão, João Vanderley Costa Pereira, o secretário-executivo de Defesa Civil do Maranhão, Manoel Henrique Santos Lima, assessor jurídico do estado. A organização pretendia desviar R$ 7,2 milhões em favor da empresa e de seus administradores.

O MPF em Pernambuco argumentou que, para ocultar a origem criminosa e a propriedade dos recursos obtidos com os desvios, os empresários e os servidores combinaram que os pagamentos seriam feitos por meio da conta bancária de Daniel, e não da empresa contratada. Os valores destinados a João Vanderley teriam sido repassados para as contas de Manoel Henrique e de uma terceira pessoa.

O Ministério Público Federal também apontou que João Vanderley Costa contou com o auxílio de Manoel Teixeira, Manoel Henrique Santos, Rafael Lima de Araújo e Marcelo Martins Ribeiro para os desvios.

Após o processo licitatório, Ricardo Padilha, Rafaella Carrazzone, Ítalo Jaques e Daniel Pereira teriam pago outros valores indevidos a João Vanderley, Carlos Robério e Manoel Henrique.

Nas investigações, afirma o MPF, ficou claro que houve o pagamento pela aquisição de 116.181 filtros e 65.000 cestas básicas, mas, na verdade, 54.501 filtros e 11.930 cestas básicas foram entregues.

Caso sejam condenados pela Justiça Federal, os denunciados ficam sujeitos a penas que, somadas, podem atingir de dois a 162 anos de prisão, além de pagamento de multa, ressarcimento dos danos e perda dos cargos públicos ou cassação das aposentadorias, no caso dos oficiais. (G1).

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