Moradores do João de Deus esperam resolver impasse de permuta com procurador geral do município e disparam: “Ele não é humano”

eugenio

Mais de 100 famílias que habitam em uma área do Bairro João de Deus, Zona Oeste de Petrolina, esperam uma posição firme do Procurador-Geral do Município, Fábio Lima para que não sofram prejuízos acerca desse espaço que foi arrematado em um leilão no ano de 2013. Cento e quatro casas se encontram neste terreno, com aproximadamente 400 pessoas e foi elaborado um projeto com os tramites legais, onde essas áreas arrematadas pelos seus proprietários na época foram permutadas para evitar que o despejo dos moradores acontecesse.

“Senti uma falta de vontade do procurador e não vi um lado humanitário do prefeito, de que antes de terminar a gestão ele resolveria essa situação. No dia 25 de novembro o projeto chegou a procuradoria, o procurador assinou, mas ele recolheu esse projeto, segundo ele para uma avaliação. Ele encontrou um erro no projeto, de que as áreas estão sendo analisadas, de acordo com o que foi arrematado há quatro anos, que foi de R$ 550 mil reais. O procurador agora está colocando essas áreas no valor de preço atual, ignorando o valor que as imobiliárias avaliaram com preço de mercado e o impasse é esse. O valor antigo só serve apenas para o leilão”, explica o presidente da associação de moradores do João de Deus, Eugênio Alves, em entrevista ao Programa Edenevaldo Alves realizada nesta quarta-feira (14).

O presidente frisa ainda que as famílias podem ser despejadas a qualquer momento e que os proprietários dessas áreas estão flexíveis a negociação, mas afirmam que não aguardam que a situação seja resolvida na próxima gestão municipal.

Segundo informações, Fábio Lima, estaria recusando a fazer permuta, (uma troca), entre os moradores e proprietários dessas ocupações por uma área no Loteamento Rafael, localizado na mesma região, alegando que a administração poderá responder por crime de improbidade administrativa.

Na última semana, o presidente do João de Deus e aproximadamente 50 pessoas participaram de uma reunião na prefeitura com o Procurador. No encontro, um dos proprietários dessas invasões apontou que o projeto que trata dessas áreas teria que ser enviado a Câmara de Vereadores, mas com a mediação do Ministério Público.

“Somente agora é que dizem que tem uma saída para resolver? O procurador não é humano. E não adianta empurrar para a próxima gestão, já são seis meses esperando. Se preciso, queremos que essa mediação aconteça o mais rápido possível, mas o Ministério Público tem vários processos para analisar e esse nosso pode ficar para último plano. Nosso advogado deixou bem claro que nenhuma família será desabrigada, mas o Procurador não pensa assim. Depois do projeto assinado pelo prefeito, Fábio Lima rasurou o documento, simplesmente ele fez isso, fotografamos e o projeto estava pronto para ser enviado à câmara, mas o Procurador encontrou esse erro”, conta o presidente.

Ainda segundo Eugênio Alves, as áreas onde aconteceriam as permutas estão vazias, deixando evidente que não existe até o momento a afirmação de que a troca será realizada.

Os moradores participarão da sessão na Casa Plínio Amorim nesta quinta-feira (15), com o intuito de pedir o apoio dos vereadores, isso se não houver falta de quórum.

“A Câmara precisa ouvir a população, os proprietários já deram a sua parcela de contribuição, não suportamos mais esperar. Estou confiando que a procuradoria irá manter  a sua palavra”, finaliza Eugênio Alves.

 

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