Moradores do João de Deus esperam resolver impasse de permuta com procurador geral do município e disparam: “Ele não é humano” por Edenevaldo Alves Postado em 14 de dezembro de 2016 Mais de 100 famílias que habitam em uma área do Bairro João de Deus, Zona Oeste de Petrolina, esperam uma posição firme do Procurador-Geral do Município, Fábio Lima para que não sofram prejuízos acerca desse espaço que foi arrematado em um leilão no ano de 2013. Cento e quatro casas se encontram neste terreno, com aproximadamente 400 pessoas e foi elaborado um projeto com os tramites legais, onde essas áreas arrematadas pelos seus proprietários na época foram permutadas para evitar que o despejo dos moradores acontecesse. “Senti uma falta de vontade do procurador e não vi um lado humanitário do prefeito, de que antes de terminar a gestão ele resolveria essa situação. No dia 25 de novembro o projeto chegou a procuradoria, o procurador assinou, mas ele recolheu esse projeto, segundo ele para uma avaliação. Ele encontrou um erro no projeto, de que as áreas estão sendo analisadas, de acordo com o que foi arrematado há quatro anos, que foi de R$ 550 mil reais. O procurador agora está colocando essas áreas no valor de preço atual, ignorando o valor que as imobiliárias avaliaram com preço de mercado e o impasse é esse. O valor antigo só serve apenas para o leilão”, explica o presidente da associação de moradores do João de Deus, Eugênio Alves, em entrevista ao Programa Edenevaldo Alves realizada nesta quarta-feira (14). O presidente frisa ainda que as famílias podem ser despejadas a qualquer momento e que os proprietários dessas áreas estão flexíveis a negociação, mas afirmam que não aguardam que a situação seja resolvida na próxima gestão municipal. Segundo informações, Fábio Lima, estaria recusando a fazer permuta, (uma troca), entre os moradores e proprietários dessas ocupações por uma área no Loteamento Rafael, localizado na mesma região, alegando que a administração poderá responder por crime de improbidade administrativa. Na última semana, o presidente do João de Deus e aproximadamente 50 pessoas participaram de uma reunião na prefeitura com o Procurador. No encontro, um dos proprietários dessas invasões apontou que o projeto que trata dessas áreas teria que ser enviado a Câmara de Vereadores, mas com a mediação do Ministério Público. “Somente agora é que dizem que tem uma saída para resolver? O procurador não é humano. E não adianta empurrar para a próxima gestão, já são seis meses esperando. Se preciso, queremos que essa mediação aconteça o mais rápido possível, mas o Ministério Público tem vários processos para analisar e esse nosso pode ficar para último plano. Nosso advogado deixou bem claro que nenhuma família será desabrigada, mas o Procurador não pensa assim. Depois do projeto assinado pelo prefeito, Fábio Lima rasurou o documento, simplesmente ele fez isso, fotografamos e o projeto estava pronto para ser enviado à câmara, mas o Procurador encontrou esse erro”, conta o presidente. Ainda segundo Eugênio Alves, as áreas onde aconteceriam as permutas estão vazias, deixando evidente que não existe até o momento a afirmação de que a troca será realizada. Os moradores participarão da sessão na Casa Plínio Amorim nesta quinta-feira (15), com o intuito de pedir o apoio dos vereadores, isso se não houver falta de quórum. “A Câmara precisa ouvir a população, os proprietários já deram a sua parcela de contribuição, não suportamos mais esperar. Estou confiando que a procuradoria irá manter a sua palavra”, finaliza Eugênio Alves.