Ministro participa de reunião sobre o Rio São Francisco e anuncia vistoria em barragens da região

A tragédia do rompimento da barragem da Vale, em Brumadinho (MG), ocupou boa parte do tempo da reunião promovida na manhã desta segunda-feira (04 de fevereiro) pela Agência Nacional de Águas (ANA), em Brasília (DF), na qual são analisadas as condições hidrológicas da bacia do Rio São Francisco. O ministro do Desenvolvimento Regional, Gustavo Henrique Rigodanzo Canuto, participou da reunião, na qual acompanhou as apresentações de relatórios e das ações dos órgãos envolvidos no processo, tanto na condição de fiscalizadores quanto de gestores. O ministro anunciou uma ação emergencial por parte do governo federal, a fim de vistoriar as barragens existentes no país e conclamou todos os órgãos capazes de ceder servidores que o façam imediatamente.

A previsão do ministro é que o chamamento esteja formatado até o final da semana. “Estamos empreendendo uma ação para vistoriar as barragens, mas nem todos os órgãos têm condições para isso, num prazo curto. O que aconteceu em Brumadinho foi uma tragédia humana sem precedentes. Há uma necessidade de se entender uma fotografia real de todas as barragens, de todos os tipos porque a vida humana precisa ser preservada. Quero pedir à Cemig [Companhia Energética de Minas Gerais] para que redobre as atenções com a segurança das barragens”, afirmou Canuto. O ministro também defendeu mudanças na política de fiscalização, inclusive, a partir do Legislativo, ou seja, com alterações na legislação. “E é preciso deixar bem claro que os empreendedores são os responsáveis por garantir a segurança da população”, acrescentou Gustavo Canuto.

As declarações foram feitas após a apresentação dos técnicos do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), sobre o Plano Emergencial do Rio Paraopeba. De acordo com o relato, após o rompimento da barragem, foram instalados 47 pontos de monitoramento, sob responsabilidade da ANA, Igam e Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa).

Mês crítico – Ainda durante a reunião foram apresentadas informações sobre a precipitação hídrica na bacia do Rio São Francisco.

De acordo com a apresentação feita pela equipe técnica do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), o mês de janeiro apresentou uma precipitação considerada crítica. Para os próximos sete dias, há previsão de chuvas em toda a bacia do chamado rio da integração nacional, devido a chegada de duas frentes frias. Para a próxima semana, a previsão é de um incremento bastante importante em toda a bacia do Velho Chico mas, principalmente, em todo o estado de Minas Gerais, região do Alto São Francisco.

Diante desse cenário, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) apresentou as premissas de operação dos reservatórios instalados na bacia do São Francisco. De acordo com os estudos, a vazão defluente em Três Marias (MG) deve se manter em 150 metros cúbicos por segundo (m³/s); de 844m³/s em Sobradinho, na Bahia, e reduzida em Xingó (AL), do patamar atual, de 800m³/s para 700 m³/s. A proposta referente ao Baixo São Francisco foi acatada pela Companhia Hidroelétrica do São Francisco (Chesf) e pelos demais participantes da reunião.

A reunião promovida pela ANA acontece a cada duas semanas, com a finalidade de analisar as condições hidrológicas da bacia do Velho Chico. Dela, participam representantes dos estados banhados pelo Velho Chico, Marinha do Brasil, Ministério Público Federal e outros usuários. O próximo encontro acontece no próximo dia 18, a partir das 10h, horário de Brasília.

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