‘Lockdown’ pode salvar cerca de 4 mil vidas em Pernambuco, diz levantamento

A adesão de Pernambuco ao ‘Lockdown’ pode salvar até 4.098 vidas da pandemia do coronavírus no estado, de acordo com um estudo projetado pelo BrCovid-19 Monitor. No levantamento, foi desenvolvido três cenários hipotéticos, cujo recorte com medidas mais restritivas vigoraria do dia 18 de maio até 30 de junho. Na versão mais pessimista do panorama, por sua vez, 1.466 pessoas seriam salvas. Já a previsão intermediária teriam 2.782 menos óbitos.

“Assumimos que com a adoção do ‘Lockdown’ Pernambuco voltaria a ter os níveis de contágio da quarentena, que já são mais baixos do que o período sem quarentena. A partir desse pressuposto nós projetamos o tempo até dia 30 de junho”, explicou o estudo via assessoria de imprensa.

A variação entre os três cenários diz respeito ao quanto a sociedade vai respeitar o isolamento, algo imensurável com precisão. “Essa velocidade está diretamente relacionada à quantidade de pessoas que estarão dentro de casa. Quanto maior for o distanciamento social, mais devagar se dá a propagação do vídeo e mais vidas seriam salvas”.

No estado, o isolamento tem tido queda, encontrando-se em 47%, de acordo com Mapa Brasileiro da Covid-19 na última segunda-feira (11) – este número, inclusive, já esteve próximo de 60% no começo da pandemia. Para fins estatísticos, o estudo utilizou modelos de séries temporais e análise de regressão. “Nossa quarentena está em declínio. E quanto menor o isolamento, maior é o número de mortes. Então o cenário de mortes sem Lockdown a gente assumiu que vai permanecer”.

O trabalho foi elaborado antes do governo do estado anunciar uma maior restritiva, que começar a valer neste sábado (16), dois dias antes do início da projeção do estudo, o que deve diminuir o número de mortes. “Como vai começar antes, dá para se animar porque a quantidade de vidas salvas será ainda maior”.

Entretanto, por questões políticas, sociais e de segurança, o estudo não acredita que o estado vai conseguir implementar um ‘Lockdown’ com a rigidez que ocorreu em alguns países na Europa. “Nos nossos modelos, nós não entendemos que Pernambuco será capaz de realizar essa medida como na Espanha ou Itália, por exemplo. A dificuldade de se fazer isso, articulação política, poder de polícia, problema de conscientização, vulnerabilidade social, estamos assumindo que isso não vai acontecer”, lamentou. (DP).

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