Líderes de partido não querem votar na Reforma da Previdência

Em véspera de ano eleitoral e incomodados com a postura do governo diante dos “infiéis”, líderes dos três principais partidos do centrão – PP, PR e PSD – avisaram ao presidente Michel Temer (PMDB) que não há condições de aprovar a reforma da Previdência, ainda mais depois do desgaste de terem votado pelo arquivamento da denúncia contra o peemedebista.

Juntas, as bancadas de PP, PR e PSD somam 123 deputados. Na votação da denúncia, os três partidos deram 87 dos 263 votos a favor do presidente. Entretanto, para aprovar a reforma previdenciária, o governo precisa de 308 votos, por se tratar de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC).

“O momento é muito delicado, não temos unidade na bancada para isso [votar a reforma]. Nós esperamos que o governo tenha um sentimento de reagrupação e senso de responsabilidade de saber quem realmente é base e quem não é”, declarou o líder do PP, deputado federal Artur Lira (AL) ao Blog do Camarotti. “Reforma da Previdência se vota no início de mandato”, acrescentou o líder do PR, José Rocha (BA).

O Centrão quer também deixar claro ao governo a insatisfação com o espaço político dado a partidos que não votaram majoritariamente a favor de Temer, apesar de possuírem pastas no governo, como PSDB e PSB.

Líderes do Centrão alertam, ainda, para o fato de que há no meio político uma expectativa de que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ofereça nova denúncia contra Temer por obstrução de Justiça. “A reforma tem que ser votada dentro de uma uniformidade da base, e o governo não tem essa uniformidade. A discussão da Previdência abre a porta para sociedade ir para as ruas, é tudo o que o governo tem que evitar diante de uma segunda denúncia”, afirma o líder do PSD, Marcos Montes (MG).

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