Junho pode ter chuvas acima da média histórica na Região Metropolitana de Recife (PE), diz Apac

O mês de junho poderá ter chuvas acima da média histórica na Região Metropolitana do Recife (RMR), de acordo com a Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac). A previsão vem após a tragédia causada pelas fortes chuvas no fim de maio, com o registro de, ao menos, 128 mortos, a segunda maior catástrofe natural da história do Estado.

Em todo o mês de maio, só no Recife, a precipitação foi mais do que o dobro da esperada. O total de chuva acumulado na capital pernambucana fechou em 686 milímetros – 209% a mais em relação à média de 329 milímetros. A cidade da RMR com o maior índice foi o Cabo de Santo Agostinho: choveu 821 mm, 285% acima da média de 288,4 mm.

Para junho, com uma média histórica de 337,8 milímetros na RMR, a Apac espera um mês com registros em torno desse valor ou acima. O que ainda não é possível prever, no entanto, é como a chuva será distribuída ao longo do mês.

“Não temos como prever se essa chuva vai ser distribuída ao longo do mês ou se vai ser mais concentrada. A gente só pode dizer isso no decorrer do mês, quando a gente faz a previsão”, explica a meteorologista da Apac Zilurdes Lopes.

A preocupação redobrada com a concentração e distribuição da chuva se justifica nos dados de maio.
Só na última semana do mês, entre os dias 25 e 31, o Recife contabilizou 513,4 mm de chuva. Ou seja, nesses sete dias, a capital pernambucana teve quase 75% de toda a chuva do mês. O pico ocorreu em 28 de maio, quando choveu 190 mm – pouco mais de 27,6% do mês.

“Junho e julho são os meses em que chove mais dentro da quadra chuvosa”, acrescenta Zilurdes. Na RMR, a quadra chuvosa, período de maior registro de chuvas, vai de abril a julho. A média histórica na região para junho é de 337,8 mm e para julho, 314 mm.

De acordo com Zilurdes, a temperatura mais elevada do oceano nas proximidades da costa de Pernambuco, que vem registrando até 3º C acima da média, contribui para o aumento das chuvas. “O oceano tem uma tendência ainda de continuar mais quente e isso favorece o transporte de umidade para cá e contribui com a intensificação de chuvas”, completa a meteorologista.

O Distúrbio Ondulatório de Leste (DOL), fenômeno que causou as chuvas intensas do último fim de semana, inclusive, deve continuar em ação. “As principais chuvas no Litoral são devido à onda de leste. Até agosto se espera esse fenômeno. Essas ondas vêm da costa oeste da África e chegam no litoral pernambucano. À medida que os modelos conseguem prever, a gente consegue alertar com antecedência”, acrescenta Zilurdes.

A expectativa de chuvas acima da média histórica inclusive se estende para os meses de julho e agosto. “A previsão para junho, julho e agosto é de normal a acima da média no litoral”, reforça a meteorologista.

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