Em sete meses, Petrobras já alterou 144 vezes o preço da gasolina

Desde julho do ano passado, quando adotou uma nova política de preços para os combustíveis, a Petrobras já promoveu 144 ajustes, 24 apenas neste ano. Na última sexta, anunciou aumento de 0,5% para gasolina e de 0,6% no diesel, a vigorar a partir deste sábado. Tantos movimentos resultaram numa alta acumulada de 15% em 2017. Mas, com algumas reduções este ano, o reajuste acumulado desde então é de cerca de 8%. O dado revelou o descompasso dos preços praticados pelos postos de Brasília, cuja alta é de quase 30%.

Nas bombas do Distrito Federal, o aumento entre o valor mais baixo registrado em 4 de julho do ano passado, de R$ 3,05, e o menor verificado ontem, em Taguatinga, de R$ 3,88, é de 27,21%. Essa distorção ocorre, conforme a estatal, porque os preços são livres no Brasil. Mesmo que a Petrobras promova reduções nas refinarias, as distribuidoras e os donos de postos colocam suas margens em cima e, infelizmente, estão sempre mais dispostos a aumentar do que a reduzir os valores cobrados.

Por conta disso, o governo admite que os sucessivos reajustes na gasolina podem pressionar a inflação de 2018. O ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, disse ontem que o aumento no valor dos combustíveis é “sempre um problema”. “Para o cidadão comum, pesam mais, porque ele olha o preço de cada coisa, enquanto o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) é uma média de centenas de itens. Ainda vamos ver como é que vai ficar a inflação ao longo do ano”, disse.

Custo

“A gasolina está subindo muito porque está acompanhando o custo médio do petróleo no mercado internacional”, destacou Oliveira. A pasta elevou sua previsão para o custo médio do barril do petróleo no fim do ano em 30%, passando de US$ 52,20 para US$ 68,20. Ao ser questionado pelo Correio sobre os reajustes dos postos estarem ocorrendo acima do percentual anunciado pela Petrobras, o ministro tergiversou. “Isso é um problema de concorrência que tem que ser monitorado pelos órgãos competentes”, disse.

Em julho de 2017, o valor do barril de petróleo Brent estava em pouco menos de US$ 50 e a cotação do dólar, em R$ 3,31. Ontem, o barril foi cotado em US$ 68,60 e o câmbio ficou em R$ 3,21, com uma alta de 34,27% desde que a Petrobras passou a considerar a volatilidade do mercado global para precificar a gasolina e o diesel nas refinarias. Segundo o diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (Cbie), Adriano Pires, a estatal considera outras variáveis e também a variação do preço da gasolina no mercado global. “Tem muitos fatores envolvidos, não é só o valor do barril do petróleo, tem fretes e o cálculo é baseado num critério interno da Petrobras, uma questão de estratégia empresarial”, explicou. (Correio Braziliense).

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