Em rede nacional, Bolsonaro critica fechamento de escolas e comércio e compara coronavírus a ‘resfriadinho’ por Postado em 25 de março de 2020 Brazil's President Jair Bolsonaro wears a face mask during a press conference on the coronavirus pandemic COVID-19 at the Planalto Palace in Brasilia, Brazil on March 20, 2020. - Brazil's government on Friday drastically downgraded its growth projections for 2020 by 2.1 percent to practically zero (0.02 percent) due to the coronavirus pandemic. (Photo by Sergio LIMA / AFP) O presidente Jair Bolsonaro criticou, em pronunciamento em rede nacional na noite de terça-feira (24), o fechamento de escolas e comércios. Ele ainda comparou a contaminação por coronavírus a uma “gripezinha” ou “resfriadinho”. Durante o pronunciamento, o presidente afirmou que com a chegada do vírus foi necessário e, ao mesmo tempo, traçar estratégias para salvar vidas e evitar o desemprego em massa. “Espalharam exatamente a sensação de pavor, tendo como carro-chefe o anúncio do grande número de vítimas na Itália. Um país com grande número de idosos e com um clima totalmente diferente do nosso. O cenário perfeito, potencializado pela mídia, para que uma verdadeira histeria se espalhasse pelo nosso país”, disse Bolsonaro. Ele disse que parte da imprensa mudou sua linha editorial de ontem para hoje e passou a pedir “paz e tranquilidade”. “Devemos sim voltar à normalidade. Algumas poucas autoridades estaduais e municipais devem abandonar o conceito de terra arrasada. A proibição de transportes, o fechamento de comércio e o confinamento em massa”, disse. Ele ainda criticou o fechamento de escolas e disse que raros são os casos fatais de pessoas sãs com menos de 40 anos de idade contaminadas por contaminadas por coronavírus. “O sustento das famílias deve ser preservado. Devemos sim voltar a normalidade. Deve abandonar conceito de terra arrasada. Confinamento em massa”, disse o presidente. Bolsonaro disse ainda que devido ao “histórico de atleta” dele, caso fosse contaminado pelo coronavírus, nada sentiria ou “seria acometido de uma ‘gripezinha’ ou ‘resfriadinho'”. “Grave” Após o pronunciamento, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, afirmou que as declarações do presidente vão “na contramão das ações adotadas em outros países e sugeridas pela própria Organização Mundial da Saúde (OMS)”. Davi Alcolumbre afirmou que considera “grave” o pronunciamento do presidente. “Neste momento grave, o país precisa de uma liderança séria, responsável e comprometida com a vida e a saúde da sua população. Consideramos grave a posição externada pelo presidente da República hoje, em cadeia nacional, de ataque às medidas de contenção ao Covid-19”, afirmou por meio de nota. Disse ainda que “não é momento de ataque à imprensa e a outros gestores públicos”, mas sim de “união, de serenidade e equilíbrio, de ouvir os técnicos e profissionais da área para que sejam adotadas as precauções e cautelas necessárias para o controle da situação, antes que seja tarde demais.” Comitiva infectada Há mais de 20 autoridades autoridades infectadas na cúpula do governo federal. Entre elas, estão Davi Alcolumbre, presidente do Senado, e o general Augusto Heleno, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional. Parte dessas autoridades estava na comitiva do presidente Jair Bolsonaro que viajou aos Estados Unidos, no início do mês. Entre as pessoas que testaram positivo para o vírus, estão também o assessor da Presidência Filipe G. Martins e o deputado federal Daniel Freitas — outros integrantes da comitiva são empresários e representantes da indústria. (BBC)