Em 4 anos de crise, 3,3 milhões de brasileiros desistiram de procurar emprego, revela IBGE por Edenevaldo Alves Postado em 20 de agosto de 2018 Dados mais recentes divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que, desde o início da crise econômica que vem deteriorando o mercado de trabalho brasileiro, 3,3 milhões de pessoas desistiram de procurar emprego no país. É como se, em quatro anos, toda a população do Uruguai ou de estados como o Amazonas decidisse cruzar os braços. A situação parece ser um contrassenso, já que frente a um cenário de grave recessão econômica seria natural que pessoas que não trabalham – seja porque se dedicam exclusivamente aos estudos ou aos cuidados com filhos, por exemplo – saíssem em busca de emprego para ajudar a compor a renda familiar. Mas, a baixa perspectiva de se conseguir uma vaga e a longa fila de espera fez o Brasil alcançar o recorde de desalentados. Desalento é o termo utilizado para designar a situação de quem está em idade ativa e em condições de trabalhar, mas por questões diversas não busca emprego. Os dicionários apresentam o desalentado como sendo um indivíduo desanimado, desencorajado e sem vontade de agir. No 2º trimestre de 2014, havia no mercado de trabalho brasileiro 1,5 milhão de desalentados. De acordo com o IBGE, foi o menor número de pessoas nesta condição desde 2012, quando tem início a série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD). Foi naquele período que o país começou a sair do chamado pleno emprego, alcançado em dezembro de 2013, e a entrar na maior crise econômica de sua história recente. Desde então, o número de desalentados subiu vertiginosamente até atingir 4,8 milhões de pessoas no 2º trimestre deste ano – o maior número desde que o IBGE começou a fazer o levantamento – o que corresponde a um aumento de 227% neste período.