É cedo para o Brasil sair da ‘quarentena’, dizem pesquisadores

As medidas adotadas por governadores e prefeitos para conter o avanço do coronavírus se revelaram insuficientes para assegurar o grau de isolamento social necessário para frear o contágio da população, de acordo com um grupo de pesquisadores ligados à Universidade de São Paulo (USP).

Na avaliação dos especialistas, a falta de determinação das autoridades e as disputas políticas entre as várias esferas de governo envolvidas com o controle da pandemia têm contribuído para o descumprimento das medidas tomadas para reduzir a circulação de pessoas e aglomerações nas ruas.

Dados analisados pelos pesquisadores mostram que a adesão da população à quarentena foi maior em países europeus que adotaram medidas mais rigorosas do que as postas em prática no Brasil, como a Espanha e a Itália, onde a Covid-19 matou dezenas de milhares de pessoas nos últimos meses.

“A experiência internacional tem mostrado que a persistência na implementação dessas medidas é essencial para controlar a transmissão do vírus e evitar o colapso dos sistemas de saúde pública”, afirma a cientista política Lorena Barberia, coordenadora do grupo e uma das responsáveis pelo novo estudo.

A maioria dos estados brasileiros adotou medidas drásticas em março, quando ainda havia poucos casos confirmados de infecção pelo novo coronavírus. Todos fecharam escolas e estabelecimentos comerciais, proibiram aglomerações e recomendaram às pessoas que ficassem em casa para se proteger.

A paralisia de muitas atividades econômicas tem alimentado pressões pelo relaxamento das medidas. Nas últimas semanas, governadores de pelo menos nove estados permitiram a reabertura do comércio em setores não essenciais, e cinco reduziram restrições a aglomerações, segundo o estudo. (AB).

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