Delator da JBS cita Eduardo Campos, Paulo Câmara e FBC; Em nota, Governador nega

Na sua delação premiada que fez na sede da Procuradoria-Geral da República, no último dia 5 de maio, o diretor de Relações Institucionais da Holding J&F, Ricardo Saud, relatou, no anexo 36, a relação da JBS com o então candidato à Presidência pelo PSB Eduardo Campos. No depoimento, ele cita que o grupo tratou de uma “propina” de R$ 15 milhões pata a campanha do socialista. Também citou o governador Paulo Câmara, o prefeito do Recife, Geraldo Julio, e o senador Fernando Bezerra Coelho.

Saud afirmou que a JBS decidiu investir em Eduardo por ser “um cara novo, de futuro”. “Nós ficamos muito empolgados com a candidatura de Eduardo Campos. Tivemos com ele em alguns jantares, algumas conversas, com o Paulo Câmara, Geraldo Julio”, afirmou o delator.

O executivo relatou que, com a morte de Eduardo, foi procurado pelo prefeito Geraldo Julio para tratar da campanha de Paulo Câmara.

“Fui fazendo os pagamentos oficiais, notas fiscais, essas coisas. Com a morte de Eduardo Campos, o Paulo Câmara, Geraldo Julio me procurou (sic). Procurou e disse: ‘olha cara, temos que honrar aí, temos que organizar isso porque precisamos ganhar a eleição aqui agora, em Pernambuco, em homenagem a Eduardo Campos, o Paulo Câmara está aí para ganhar”, afirmou o delator.

Ele acrescentou que iria pagar o que havia se comprometido. “O que nos comprometemos, que é os 14 (sic), nós vamos pagar. O resto a gente não paga mais nada”, disse o delator.

Depois, Saud disse quese chegou a um “meio termo”. “Íamos pagar para não atrapalhar a campanha do Paulo Câmara. E ainda darmos uma propina para o Paulo Câmara em dinheiro vivo lá em Pernambuco”, disse, na delação.

Ainda de acordo com o executivo da JBS, o senador Fernando Bezerra Coelho foi beneficiado com as negociações. “O Fernando Bezerra foi beneficiado. Essa nota fiscal aqui de R$ 1 milhão foi para ele”, explicou o delator. (Blog da Folha).

Em nota enviada ao nosso Blog, o Governador Paulo Câmara repudia o depoimento do relator. Acompanhe:

“Venho repudiar, veementemente, a exploração política do depoimento do delator Ricardo Saud, que, já antecipo, não corresponde à verdade. Não recebi doação da JBS de nenhuma forma. Nunca solicitei e nem recebi recursos de qualquer empresa em troca de favores. Tenho uma vida dedicada ao serviço público. Sou um homem de classe média, que vivo do meu salário.

Como comprovará quem se der ao trabalho de ler o documento que sintetiza a delação, o próprio delator afirma (no anexo 36, folhas 72 e 73) que nas doações feitas ao PSB Nacional “não houve negociação nem promessa de ato de ofício”, o que significa que jamais houve qualquer compromisso de troca de favores ou benefícios. Desta forma, é completamente descabido o uso de expressões como “propina” ou “pagamento”.

Reafirmo a Pernambuco e ao Brasil que todas as doações para a minha campanha foram feitas na forma da lei, registradas e aprovadas pela Justiça Eleitoral”.

Paulo Câmara
Governador de Pernambuco

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