De Obama a Frank Sinatra. Confira os nomes mais inusitados dos candidatos a vereador em Pernambuco

Na concorrida disputa por um cargo de vereador nas eleições municipais deste ano, apostar em um nome inusitado ou de fácil identificação pelo eleitorado é a estratégia de muitas candidaturas em cidades pernambucanas. Tanto que a escolha de apelidos folclóricos já virou uma tradição do período eleitoral e costuma chamar a atenção do público nas expibições de propaganda eleitoral de rádio e TV. A estratégia ultrapassa colorações e ideologias partidárias, com candidatos folclóricos em todas as siglas.

Dentro dessa estratégia, vale quase tudo. Desde nomes que fazem alusão a figuras públicas até os que apostam no humor para conquistar mais votos. Na disputa por uma vaga na Câmara do Recife tem homônimo do cantor americano Frank Sinatra, pelo Republicanos, e até do personagem do programa de televisão Augustinho Carrara, pelo Solidariedade.

Em Jaboatão, a candidata Laura de Araújo Matos (PL), registrou seu nome de campanha como Laura Bolsonaro. Por coincidencia ou não, o nome é o mesmo da filha mais nova do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Já Caruaru conta com um nome importado diretamente dos Estados Unidos. Na cidade do Agreste, Obama (DEM) tenta repetir o sucesso eleitoral do seu xará Barack Obama, ex-presidente americano, só que, desta vez, na Câmara de Vereadores da cidade pernambucana.

Já outros nomes chamam atenção apenas pelo humor. No Recife, tem registros de Leo Cara de Jaca (Podemos), Negona Tia da Tropa (PSC), Popo da Kombi (PSC), Fofão DJ (Podemos) e Fusquinha Moura (PV). No segundo maior colégio eleitoral do Estado, Jabotão também verifica-se casos de apelo à criatividade. Tem Danoninho (DEM), Gean O Liso (PROS), Bigobal do Sem Terra (PV) e Amon-Rá (PROS).

Em Caruaru, no Agreste pernambucano, as escolhas dos candidatos também rendem nomes nada convencionais como, por exemplo, Chuchu (PL), Vovó Uber (PSD), Doguinha (PL), Zé Tampinha (PTB), Barrega Saudade (PSDB), Brother das Rendeiras (PV) e Bruguello Show (PSL).

Há também candidatos que apostam na identificação do seu nome com a comunidade. Dessa forma é muito comum ter postulantes utilizando sua profissão ou comércios no nome adotado nas urnas. Muitos se tornaram, inclusive, populares como o prefeito de Olinda, Professor Lupércio (SD), que disputa a reeleição, e o ex-prefeito do Cabo de Santo Agostinho, Vado da Fármacia (PRTB), vice na chapa de Elias Gomes nas eleições deste ano na cidade.

Análise

A cientista política da Faculdade de Ciências Humanas de Olinda (FACHO), Priscila Lapa, explica que o intuito ao aderir a nomes não convencionais é obter uma aproximação mais direta com o eleitorado e conquistar sua confiança. Segundo ela, usar nomes que “colam na mente das pessoas”, principalmente em bases eleitorais como os municípios, é uma estratégia inteligente e mostra a conexão do candidato com a população local.

“Explorar isso na política passa a ser uma estratégia inteligente, para mostrar a conexão local. Sem contar do “apelo” mesmo. Como são muitos candidatos, a ideia é criar um diferencial, nem que seja pelo apelo ao humor, à brincadeira. Os nomes mais populares acabam “caindo no gosto” e, como é uma eleição (a de vereador) em que a escolha nem sempre se dá pela razão, esse apelo funciona, “cola” na mente das pessoas”, explicou.

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