Comissão de Justiça discute proposta de reestruturação dos Correios em Pernambuco

Contra o anúncio de reestruturação dos Correios, funcionários de vários Estados estão em greve desde o dia 26 de março. A paralisação envolve carteiros, atendentes, corpo técnico e administrativo. Para debater a atual situação da estatal e propor melhorias, a Comissão de Justiça promoveu audiência pública nesta sexta (5). À tarde, sindicato em Pernambuco deve decidir, em assembleia, os rumos do movimento no Estado.

Nessa quinta (4), uma proposta de negociação dos dirigentes nacionais dos Correios para fim da paralisação já havia sido encaminhada à categoria. Funcionários dos Correios de Brasília e do Espírito Santo acataram as sugestões e retornaram às atividades hoje, mas a maioria dos sindicatos – que chega a 36 em todo o Brasil – optou por decidir pela suspensão da greve ou não em assembleia na próxima segunda (8).

“Estamos aqui para discutir uma situação que permeia um debate atual, pertinente e na ordem do dia: o papel do Estado. Nesse contexto, o caso específico dos Correios ganha importância ainda maior”, declarou o deputado Waldemar Borges (PSB), presidente da Comissão de Justiça. A relevância do debate, de acordo com ele, deve-se justamente ao papel desempenhado pelos Correios no Brasil: “Trata-se de uma empresa presente em 5.560 municípios, responsável por mais de 117 mil postos de trabalho e que entrega uma média de 30 milhões de correspondências por dia”.

Entendendo que a reestruturação pretendida pelo Governo Federal na verdade significa a privatização da empresa, representantes dos trabalhadores compareceram à audiência na Alepe com faixas manifestando insatisfação com a proposta. Carteiro há 25 anos e secretário-geral do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios em Pernambuco, Rinaldo Nascimento avaliou como falsos os argumentos oficiais da gestão Michel Temer de que há um déficit financeiro nos Correios e a necessidade de demissão de funcionários. Também criticou o anúncio de fechamento de 250 agências e a ausência de concursos públicos. Até o fim deste semestre, duas agências deverão encerrar suas atividades em Pernambuco.

Durante audiência pública na Câmara dos Deputados em abril, o presidente dos Correios, Guilherme Campos, declarou que a empresa está em crise financeira, com prejuízo da ordem de R$ 4 bilhões no acumulado de 2015 e 2016. Na ocasião, foi negado, pelo ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab, o objetivo de privatizar a estatal. Entretanto, a reestruturação da empresa foi apontada pelo gestor da pasta como necessária.

“Reestruturar sempre é positivo, se for no sentido de fortalecer a empresa e adequá-la aos novos desafios”, declarou o diretor regional dos Correios em Pernambuco, Pedro Mota. Contudo, a possibilidade de uma privatização da estatal é completamente refutada por ele: “A empresa é forte. Se a proposta for essa, não é do nosso interesse”. (Alepe).

Fechado para comentários

Veja também

Cantor João Gomes doa cachê de show para afetados pela enchente no Rio Grande do Sul 

Em um gesto solidário, o cantor João Gomes fará a doação do cachê do show que realizou em …