Com redução de água em Sobradinho, 2.327 irrigantes do Perímetro Nilo Coelho terão uma despesa de R$ 1,5 milhão por mês

Maior reservatório do Nordeste, o de Sobradinho estava com 7,86% do seu volume útil anteontem. Há quase um ano, esse percentual era de 14,7%. “A nossa previsão é de chegar ao volume morto no mês de novembro, caso continue sem chover”, diz o diretor de Operação da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), João Henrique Franklin.

Isso nunca ocorreu desde que o lago foi construído na década de 70. Se vier a acontecer, somente os 2.327 irrigantes do Perímetro Irrigado Nilo Coelho terão uma despesa a mais de R$ 1,5 milhão por mês. Esse será o custo para bancar o diesel a ser usado nos motores das bombas dos conjuntos flutuantes que vão captar a água, quando o lago chegar ao volume morto.

“Se os motores usarem energia elétrica esse custo deve cair pela metade e estamos fazendo um trabalho no sentido de sensibilizarmos os políticos para que as bombas sejam energizadas”, resume o gerente do Perímetro Senador Nilo
Coelho (Dinc), Paulo Sales.

A escassez de água em Sobradinho e no São Francisco está deixando os produtores do Vale apreensivos.

Localizado na Bahia, Sobradinho pode acumular quase 70% da água a ser usada na geração de energia no Nordeste. O lago está com a menor vazão da sua história, liberando 600 metros cúbicos por segundo, enquanto a vazão ambientalmente correta é 1,3 mil metros cúbicos por segundo. Hoje, o reservatório de Xingó passou a ter uma vazão de 580 metros cúbicos por segundo, de acordo com informações da Chesf. Esse último reservatório fica na divisa entre Alagoas e Sergipe.

Essa diminuição vai aumentar ainda mais o teor de sal nas águas do rio próximo a sua foz em Sergipe. As chuvas que abastecem o São Francisco ocorrem em Minas Gerais e na Bahia. Lá, o período úmido começa em novembro e vai até maio.

Essa região está passando pela maior estiagem em quase 90 anos, de acordo com dados da Chesf. A atual seca
ocorre desde 2012. O volume mais baixo que Sobradinho chegou foi 1% do volume útil em dezembro de 2015. Antes disso, o segundo menor armazenamento foi em 2001, quando ficou com 5% do volume útil e ocorreu, como consequência, o racionamento de energia. O volume morto de Sobradinho pode comportar três meses de abastecimento com a vazão em 600 metros cúbicos por segundo. (JC).

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