CBHSF vai realizar audiências públicas para discutir possíveis cheias na Bacia do São Francisco

O presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), Anivaldo Miranda, participou nesta da reunião promovida quinzenalmente pela Agência Nacional de Águas (ANA), através de videoconferência, e anunciou a disponibilidade do colegiado em realizar as audiências públicas para discutir os impactos provocados por possíveis cheias no São Francisco. A reunião é realizada pela ANA, em Brasília (DF), para discutir as condições hidrológicas da bacia do chamado rio da integração nacional e transmitida para os estados inseridos na bacia.

Durante a reunião, Miranda expôs a preocupação do Comitê com a ocupação desordenada do solo às margens do Velho Chico, devido à baixa vazão do manancial. Ele explicou que as duas frentes de trabalho – segurança de barragens e o impacto das enchentes nas áreas de inundação – estão em discussão no âmbito da Câmara Técnica de Planos Programas e Projetos (CTPPP) do Comitê.

Conforme afirma Miranda, a baixa vazão impede que as pessoas vejam a possibilidade de cheia como uma ameaça possível. “Como as pessoas não conseguem enxergar a possibilidade de cheias no São Francisco, devido ao período de longa estiagem, começa a haver a ocupação do solo e falta às Prefeituras esse trabalho de orientação”, explicou Anivaldo Miranda. Como exemplo para justificar sua preocupação, o presidente do CBHSF citou os momentos pontuais, quando ocorre aumento de defluência e são registrados problemas.

Segundo ele, a Companhia Hidroelétrica do São Francisco (Chesf) alertou que vazões acima de 4 mil m³/s já causariam problemas e a preocupação do Comitê é de se antecipar aos cenários, mesmo com os quadros desfavoráveis. Miranda aproveitou a oportunidade para convidar o corpo técnico da ANA a se somar à iniciativa, o que foi bem recebido pelo superintendente da agência federal, Joaquim Gondim.

Pouca chuva

Durante a videoconferência, também houve apresentação do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), cujos estudos apontam para praticamente nenhum registro de chuvas na bacia do São Francisco para os próximos dez dias, mesmo cenário registrado nos dez dias anteriores, cujo registro de precipitação foi de aproximadamente três milímetros (mm), índice insignificante.

Questionado quanto a previsão referente ao fenômeno El Niño, Marcelo Seluchi, do Cemaden, explicou que a temperatura atual ainda é insuficiente para considerar o fenômeno, pois seria necessário a redução de 0,5 grau na temperatura da água e a permanência desse patamar. “A previsão é para o início do próximo ano, mas a indicação é de uma incidência de fraca a moderada. O fenômeno costuma aumentar a chuva no Sul e reduzir no Nordeste”, antecipou Seluchi.

Além disso, a apresentação do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) indica que o nível do volume útil dos reservatórios instalados na bacia do Velho Chico está dentro daquilo que foi previsto, ou seja, 31,7% em Sobradinho (BA) e 43% em Três Marias (MG).

A videoconferência da ANA é realizada na sede da agência, na capital federal, e transmitida para os estados inseridos na bacia do Rio São Francisco. Participam do encontro quinzenal representantes dos estados, usuários, poder público e o CBHSF.

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