Campanha alerta para importância da doação de órgãos em Pernambuco

A matemática é simples: para cada “sim” de uma família para a doação de órgãos, sete pacientes, inscritos na lista única do Sistema Único de Saúde (SUS), ganham uma nova chance de viver. Um cálculo de fácil resolução, com um resultado que faz toda a diferença para quem precisa de um transplante. O Setembro Verde, mês de “Conscientização para a Doação de Órgãos”, chama a atenção da sociedade para esse gesto de compaixão – uma decisão tomada num momento de dor extrema, vale lembrar.

 A Secretaria de Saúde de Pernambuco (SES-PE), por meio da Central de Transplantes, aproveita a oportunidade para lembrar que o Estado tem expertise no assunto e equipes capacitadas, sendo destaque no Brasil, quando se trata de doação e transplante propriamente dito. A SES-PE atesta, ainda, a segurança de todo o processo.

Este mês com intuito de celebrar de forma eficaz o Setembro Verde, a SES-PE elaborou uma programação extensa com temas alusivos à conscientização, que envolve os grandes hospitais do Estado, especializados em doação e transplantes. Vão ser realizados simpósios, rodas de conversas, workshops, estratégias diversas que tornem o “sim” menos doloroso para as famílias.

“O Setembro Verde é uma ação nacional que foi criada para conscientização e incentivo da população à doação de órgãos e tecidos. E a legislação brasileira, para o consentimento da doação, legaliza como definição plena a decisão da família. Assim, é necessário que as pessoas, em vida, conversem com seus familiares e reforcem o fato de serem doadores de órgãos. Isso, quando acontece, é muito positivo. Facilita essa decisão”, explica Melissa Moura, coordenadora da Central de Transplantes de Pernambuco.

A negativa familiar à doação é considerada alta em Pernambuco. Dados fechados, no período que compreende janeiro a agosto, mostram que cerca de 41% dos familiares pronunciaram “não” à doação do órgão. A resposta reflete diretamente na lista de espera de mais de 2.900 pessoas que aguardam por um transplante. A SES-PE lembra que doar salva muitas vidas. “Além de ser um ato de amor, há na doação uma maneira de ressignificar a morte, trazendo conforto para pessoas que necessitam de um órgão para sobreviver”, considerou Melissa.

Elen Pereira, de 41 anos, foi uma dessas pessoas contempladas pelo ato de generosidade. Em 2012, ela descobriu que tinha um problema crônico de fígado. Em 2014, entrou na fila de transplante e esperou por cinco meses até fazer a cirurgia. Tudo isso graças a um doador. “A doação de órgãos é de suma importância para que o doente possa retornar à vida normal. O tempo de espera é angustiante, mas o transplante é nosso remédio, nossa cura. A família consentiu que os órgãos fossem doados e hoje estou vivendo muito bem, levo uma vida normal”, conta.

Melissa Moura lembra que finais felizes como o de Elen Pereira são possíveis, ainda, em virtude do pioneirismo da Central de Transplantes do Estado. “Pernambuco se destaca, nacionalmente, pelos profissionais que tem na rede, tanto aqueles que têm a missão de entender o momento de conversar sobre a doação com as famílias, quanto pelas  equipes captadoras e transplantadoras, que a gente tem no Estado. Em 1994, quando a Central de Transplantes foi criada, fomos uma das pioneiras do Brasil na regulação desses fluxos”, lembrou Melissa Moura.

LISTA DE ESPERA ATUAL
Coração – 12
Fígado – 149
Rim – 1.591
Rim/Pâncreas – 25
Medula Óssea – 20
Córnea – 1.114
Total: 2.911

NÚMERO DE TRANSPLANTES EM PERNAMBUCO
(Janeiro a agosto)
Córnea – 470
Medula óssea – 189
Fígado – 66
Rim – 256
Rim/Pâncreas – 1
Coração – 29
Total: 1.011

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