Associação de policiais e deputado vão processar Kannário por apologia ao crime

Ao desfilar vestido de “PM do futuro”, Igor Kannário disse que fazia uma homenagem à polícia. Só que o emblema com “Comando da Paz” estampado no ombro e nas costas pegou mal entre a categoria e virou alvo de mais uma polêmica envolvendo o cantor e a polícia.

A Associação dos Policiais e Bombeiros Militares e seus Familiares do Estado da Bahia (Aspra) informou que vai processá-lo por fazer apologia ao crime, ao promover uma facção criminosa, a Comando da Paz. Já o deputado estadual Capitão Alden (PSL) informou que entrará com uma representação no Ministério Público e encaminhará à Câmara dos Deputados uma denúncia para que o Conselho de Ética julgue a sua conduta “desafiadora da moral e dos bons costumes”.

De acordo com o presidente da Aspra, o soldado Prisco, a entidade vai entrar com uma ação indenizatória e outra criminal.

Esta será a terceira vez que a Aspra vai processar Kannário. “Já temos duas ações contra ele, uma delas foi na micareta de Feira de Santana, envolvendo uma policial”, comentou Prisco.

Já o deputado federal capitão Alden disse que é lamentável essa situação e “uma vergonha para o povo baiano ter um representante deste nível em Brasília”.

Ainda de acordo com o capitão Alden, o artista poderia “estar se utilizando da mídia e do poder que tem para fazer o bem e estimular os jovens a ter posturas condizentes e dentro da lei”.

Em nota, a assessoria de imprensa de Kannário informou que o intuito do artista era pregar a paz entre o povo e homenagear a polícia militar. A frase que causou dúvidas a respeito de uma suposta apologia à facção criminosa Comando da Paz foi uma “infeliz coincidência”.

Procurados, tanto a Polícia Militar (PM) quanto a Secretaria de Segurança Pública do Estado da Bahia (SSP) preferiram não se posicionar sobre o assunto.

Um policial, que não se identificou, comentou que o Comando da Polícia ficou irritado com a atitude desrespeitosa do cantor e que os policiais se recusaram a manter a segurança reforçada no entorno do trio do artista no final do circuito.

Outro polical que também criticou a postura do cantor. “Respeite a minha instituição. Esse aí representa o que não presta dos becos e vielas da favela, não o cidadão de bem que acorda cedo pra trabalhar”, criticou o PM.

Confusão

Durante o desfile, o cantor mandou prender um homem que estava na sua pipoca e agrediu um dos foliões. Ele parou a música e chamou a PM, dizendo que tinha visto a agressão. Quem estava ao redor concordou e segurou o acusado. Kannário só pediu pra música voltar depois que policiais militares levaram o rapaz.

Ainda no Farol da Barra, o cantor já havia prometido que tomaria essa medida contra os brigões. “Parou porque não quero ninguém esculhambando minha parada. Eu tô vendo tudo daqui de cima. Se tiver alguém brigando, vou mandar prender pro cara acabar a festa dele cedo. Não vamos atrapalhar a festa de tanta gente por causa de um otário “, disse.

A mensagem de Kannário não foi suficiente para conter as brigas. Logo no início do circuito, quando fazia a curva do Farol da Barra, estourou um foco de confusão. O cantor pediu para parar o som de imediato. (Correio).

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