Organização criminosa suspeita de tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica em Pernambuco vira alvo da Polícia Civil

Uma organização criminosa suspeita de tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica em Pernambuco, Mato Grosso e Minas Gerais é alvo da Operação Calcanhar de Aquiles, desencadeada pela Polícia Civil de Pernambuco, na manhã desta sexta-feira (23).

Segundo a polícia, foi ordenado judicialmente o sequestro de R$ 90 milhões em valores de suspeitos de integrar a associação criminosa.

“De acordo com o apurado, constatamos um volume de seis mil transações [bancárias] e a soma de tudo isso deu em torno de R$ 145 milhões. Conseguimos ordem para o congelamento de quase R$ 90 milhões”, explicou o delegado Mário Melo, titular da Delegacia de Barreiros, na Mata Sul do Estado, em entrevista no Recife, nesta sexta-feira.

Ao todo, foram expedidos 15 mandados de prisão, dos quais 13 foram cumpridos – 11 em Pernambuco e dois no Mato Grosso – e 25 mandados de busca e apreensão domiciliar a mando da Vara Criminal de Barreiros.

As ordens judiciais de busca e apreensão também foram cumpridas em Pernambuco e nos estados do Mato Grosso e de Minas Gerais. A ação desta sexta-feira apreendeu arma de fogo, munições, celulares e documentos.

De acordo com o delegado Mário Melo, a investigação começou em julho de 2020, com a identificação de um suspeito de tráfico de drogas que seria o responsável por arrecadar dinheiro das bocas de fumo da cidade de Barreiros.

“Com a apreensão do celular [do suspeito], nós começamos um trabalho investigativo e identificamos que havia depósitos vultuosos de valores totalmente incompatíveis com a capacidade financeira daquele cidadão”, informou o delegado.

“Solicitamos os mandados de quebra de sigilo bancário e fiscal. Conseguimos constatar quatro grupos criminosos que negociavam, transferiam e depositavam valores incompatíveis com a sua renda”, acrescentou Mário Melo.

A partir dos núcleos, espalhados nos três estados e que também funcionavam dentro de presídios, a lavagem de dinheiro era feita através de familiares dos suspeitos.

“O esquema funcionava a partir de transferências bancárias de valores em dinheiro enormes. Temos um núcleo local que fazia compra dos insumos e um outro local com braço no Mato Grosso, que trazia substância para o refino de cocaína aqui para o Estado e, a partir daí, se dava essa negociação”, explicou o delegado.

Os familiares não tinham participação com o crime, mas seus nomes eram utilizados para contas bancárias e abertura de empresas para dar aparência lícita a esses valores obtidos com o entorpecente.

O delegado ainda afirmou que foram identificadas cinco dessas empresas de fachada, sendo duas em Minas Gerais e três no Mato Grosso.

“O próximo passo é reunir todos esse elementos através do relatório policial e indiciar [os suspeitos] pelos crimes correspondentes. Podemos descobrir outras pessoas que ainda não tinham sido constatadas e a investigação pode seguir”, finalizou o delegado.

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