Polícia Federal apura irregularidades e desvios de recursos na Prefeitura de Cedro (PE)

A Polícia Federal realizou uma operação de combate a fraudes na Prefeitura de Cedro, no Sertão de Pernambuco, batizada de “Operação Chofer”. Desvios de recursos públicos e fraudes em contratações por parte da prefeitura foram identificados. Segundo a PF, o prefeito Nilson Diniz usava “laranjas” para vencer licitações ou dispensá-los de forma indevida. Dessa forma, o gestor se apropriava de recursos públicos sem a prestação do serviço ou fornecimento dos produtos.

Na última quarta-feira (15), cinco medidas cautelares de busca e apreensão foram realizadas por 21 policiais federais no Sertão do Estado. Na residência do prefeito Nilson Diniz (PDT), houve apreensão de aproximadamente R$ 45 mil em espécie e R$ 160 mil em cheques, além um veículo, uma pistola com registro vencido, celular e mídias. Na Prefeitura municipal e nas empresas, foram apreendidos processos licitatórios e outros documentos referente a investigação. Em depoimento na delegacia de Polícia Federal em Salgueiro, também no Sertão, o prefeito negou todas as acusações.

De acordo com a PF, a empresa utilizada para a contratação e possível desvios, com pouco mais de um mês de criada, foi contratada pela prefeitura para aquisição de materiais de construção e reformas nas secretarias do município. Em seu favor, foi empenhado R$ 398 mil.
Já em 12 de abril de 2017, a empresa foi contratada para o serviço de manutenção preventiva e corretiva de veículo, exigindo-se, para tanto, estrutura física incompatível com a apresentada pela empresa. Entre os anos de 2017 e 2018 foram empenhados cerca de R$ 3 milhões em favor da empresa para os mais diversos e variados serviços, como fornecimento de peças e manutenção para a frota de veículos do município à poda de árvores.
Ainda segundo a Polícia Federal, o sócio da empresa já foi contratado como motorista de uma a empresa do atual prefeito de Cedro, assim como prestou serviço de eletricista na campanha eleitoral do gestor no ano de 2016. Outra sócia da empresa de fachada é beneficiária do programa Bolsa Família e garantia-safra. Ademais, ambos sócios da empresa interposta habitam em uma residência simples na Zona Rural, demonstrando não possuir condições financeiras para a constituição de uma empresa de tal porte, segundo os investigadores.A empresa tem sede em prédio vizinho a um estabelecimento comercial de propriedade do prefeito.
A operação foi batizada de “chofer” em alusão à função de motorista exercida por um dos sócios da empresa, indicado como “laranja” do prefeito. (DP).
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