Polícia apreende bens na casa de diretor de hospital em Pernambuco suspeito de desviar R$ 2 milhões

Policiais civis cumpriram nessa quinta-feira (28) um mandado de busca e apreensão na casa do diretor superintendente do Hospital Miguel Arraes (HMA), Rodrigo Cabral de Oliveira. Ele é suspeito de ter desviado cerca de R$ 2 milhões entre os anos de 2016 e 2018 de verbas destinadas à unidade de saúde.

A Operação Assepsia apreendeu na residência onde Rodrigo vive com a esposa, Viviane Gelli Baptista – que também é suspeita de ter participação no esquema -, no bairro das Graças, na área central do Recife, bens do casal adquiridos com o dinheiro desviado do HMA. O casal, juntamente com outras pessoas, são investigados pelos crimes de associação criminosa e lavagem de dinheiro.

Uma auditoria fiscal feita pelo Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (Imip), organização que gerencia o Miguel Arraes, constatou o desvio da verba. Segundo o titular da 2ª Delegacia de Polícia de Repressão ao Crime Organizado, o delegado Diego Pinheiro, o diretor falsificava ordens de prestações de serviço para o hospital e depositava o dinheiro desviado em contas bancárias de pessoas próximas.

Ao todo, de acordo com o delegado, foram 137 ordens de pagamento que somam mais de R$ 2 milhões desviados pelo diretor. “Assim que o dinheiro era depositado na conta dessas pessoas, ele era transferido novamente para a conta de Rodrigo. As pessoas que tiveram suas contas utilizadas no esquema colaboraram com as investigações e afirmaram que foram ludibriadas pelo Rodrigo. Elas disseram que o suspeito afirmava que queria as contas das mesmas para poder receber o seu salário e pagar menos impostos”, relatou o delegado.

De acordo com Pinheiro, a esposa de Rodrigo, Viviane, teve um papel muito importante nos desvios. “Ela era gerente de uma loja e todas as pessoas que tiveram suas contas utilizadas eram funcionários dela”, acrescentou. O casal já havia sido indiciado em um inquérito anterior pelo crime de peculato pelo mesmo desvio.

No primeiro inquérito, houve a decretação da prisão preventiva dos dois, mas eles conseguiram um habeas corpus e estão respondendo em liberdade. Nesse segundo inquérito, as investigações ainda não foram concluídas.

Apreensões

Na residência do casal foram apreendidos R$ 12 mil em espécie, uma grande quantidade de cristais – sendo alguns avaliados em mais de R$ 5 mil – óculos, relógios, perfumes, carteiras, canetas e bolsas de marcas famosas, inclusive, uma bolsa avaliada em mais de R$ 14 mil, e um veículo Jeep Compass, avaliado em mais de R$ 100 mil.

“São produtos de luxo adquiridos, grande parte, durante o período em que foram verificadas as ordens de pagamento falsas. O que configura, até o momento, a lavagem do dinheiro.”, disse o delegado. Pinheiro ainda afirmou que as investigações vão continuar para verificar se outras pessoas também estão envolvidas no esquema criminoso. (Folha PE).

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