PGR pede inquérito para apurar uso de empresas na disseminação de fake news

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pediu à Polícia Federal a abertura de inquérito para apurar se empresas têm disseminado, de forma estruturada, mensagens em redes sociais referentes a Fernando Haddad (PT) e Jair Bolsonaro (PSL).

O pedido foi oficializado em ofício enviado na noite desta sexta-feira (19) ao ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann.

“No documento, Raquel Dodge informa que os fatos mencionados em reportagens jornalísticas já motivaram a abertura de procedimento apuratório pela Procuradoria-Geral Eleitoral (PGE). Destaca ainda que o objetivo é verificar a existência de eventual utilização de esquema profissional por parte das campanhas, com o propósito de propagar notícias falsas”, informa a PGR em nota.

Para a procuradora-geral, a situação precisa ser apurada também na ótica criminal.

Segundo Dodge, o uso especializado e estruturado de logística empresarial para a divulgação em massa de informações falsas fere a lei das eleições (artigo 57-H, parágrafo 1º, da Lei 9.504/1997, com redação dada pela Lei 12.891/2013).

O artigo citado por Dodge prevê multa a quem realizar propaganda eleitoral na internet, atribuindo indevidamente sua autoria a terceiro, inclusive a candidato, partido ou coligação.

“Este quadro de possível interferência, por meios tecnológicos, na formação da opinião de eleitores sobre os candidatos, com base em possíveis falsas informações ou mensagens ofensivas à honra e à imagem dos dois candidatos, afronta a integridade do processo eleitoral e é uma nova realidade mundial, que exige investigação com a utilização de um corpo pericial altamente gabaritado e equipamentos adequados, para se identificar a autoria e materializar a ocorrência desse novo formato de crime, recentemente introduzido na legislação brasileira, de alta potencialidade lesiva”, escreveu a procuradora no documento.

Dodge cita a reportagem publicada pela Folha de S.Paulo “Empresários bancam campanha contra o PT pelo WhatsApp”, entre outras, no ofício enviado a Jungmann.

Na quinta (18), a Folha de S.Paulo mostrou que empresas estão comprando pacotes de disparos em massa de mensagens contra o PT no WhatsApp e preparam uma grande operação na semana anterior ao segundo turno. (FolhaPress).

Fechado para comentários

Veja também

Inscrições para concurso da Polícia Científica de Pernambuco começam nesta segunda (29)

As inscrições para o concurso público da Polícia Científica de Pernambuco serão aceitas a …