“Não vamos admitir que vendam o rio e aumentem a conta de luz sem discussão, pois isso vai afetar diretamente a vida dos cidadãos”, disse Paulo Câmara sobre a privatização da Chesf

O governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), em entrevista ao programa Edenevaldo Alves, Rádio Petrolina FM, ocorrida nesta quarta, 18, criticou a postura do governo federal que permanece em silêncio até o momento, sem dá respostas aos nove governadores nordestinos que condenaram a proposta de privatização da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf).

“A gente tem sempre uma preocupação muita grande com as questões nacionais e que podem interferir na vida do nosso povo. Esse é um assunto que tem que ter um debate franco com a sociedade. Ficamos  sabendo pela imprensa, num comunicado frio e isso nos assusta, pois trata-se de uma passivo estratégico para o País, para as próximas décadas. O Brasil ainda precisa de muitos avanços”, declarou Câmara.

O governador enfatizou que esse debate ganha ainda mais importância quando envolve o Rio São Francisco, uma das principais riquezas nacionais. “É um processo que envolve o rio, a vazão, sua importância para a fruticultura, irrigação, projetos que podem ser ampliados. A própria questão da água para todo o sertão. É um debate que especialistas mostram claramente que aumentará a conta de luz e no entanto, não temos nenhuma resposta”, reclamou.

Paulo frisou que o Nordeste é uma região importante para o Brasil, detém 14% do PIB nacional e precisa ter nesta questão da privatização da Chesf, um processo transparente. “Não vamos admitir que vendam o rio e aumentem a conta de luz sem discussão, pois isso vai afetar diretamente a vida dos cidadãos”, considerou o governador, frisando que nesse processo até a transposição do rio São Francisco poderá ser afetada.

“Não tem como não afetar. É um projeto para 30 anos quando o privado vai fazer o que lhe der melhor lucro. Essa é uma agenda que ninguém sabe como surgiu. Tivemos eleições em 2014 e esse assunto não foi colocado em pauta. A Chesf é um ativo importante para o Nordeste e Dr. Arraes já combatia sua venda desde a década de 90, diante da importância do São Francisco para o País”, lembrou o chefe do executivo estadual.

Fernando Filho

Perguntado se sua posição seria uma realização política, devido a saída do ministro das Minas e Energia, Fernando Filho; seu pai o senador Fernando Bezerra Coelho e seu irmão, o prefeito de Petrolina, Miguel Coelho, do PSB, Paulo Câmara foi taxativo.

“Não misturo questões políticas com questões administrativas. A política vamos tratar só no próximo ano. Não se trata de um debate eleitoral. Temos muita clareza com relação a esse debate. Estamos preocupados, porque quero que os pernambucanos sejam respeitados, assim como o povo nordestino”, afirmou Paulo.

O gestor refirma que esse processo comprometer o fornecimento da energia e a questão do rio. “É um debate que olha o futuro. Tem que ser preservado e muito bem cuidado e eu como governador, junto com os outros colegas, devemos alertar e dizer que é ruim para o Nordeste, para a conta de luz e principalmente para a utilização do rio. Essa proposta de privatização da Chesf pode afetar a economia do vale rico em irrigação, polo de fruticultura. O dialogo com o privado é sempre mais difícil e o privado vai utilizar a vazão do rio da forma que lhe der mais retorno”, alertou o governador Paulo Câmara.

 

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