Ao menos 17 ministros de Temer devem ser candidatos em 2018

Não é só o comandante da Fazenda, Henrique Meirelles, recém-lançado como pré-candidato à Presidência da República pelo PSD, que tem pretensões eleitorais em 2018. Pelo menos 17 ministros de Michel Temer devem voltar à arena, após terem se licenciado dos mandatos políticos no Congresso Nacional para assumirem as pastas em Brasília, em maio do ano passado, quando o peemedebista passou a ocupar o Planalto. A presença entre o possível eleitorado, no entanto, continua sendo parte importante dos compromissos de trabalho dos ministros parlamentares. Viagens oficiais para os estados ganham ainda mais força conforme as eleições se aproximam, de forma que as agendas de boa parte deles se confundem com as de deputados e senadores em exercício, que usam os fins de semana para retornar às bases eleitorais.

O ministro Ronaldo Nogueira (PTB), do Trabalho, por exemplo, passou todas as sextas-feiras de julho no Rio Grande do Sul, estado que o elegeu deputado federal duas vezes seguidas, em 2010 e 2014. No mês passado, esteve lá para participar de palestras sobre temas específicos da região, como do Sindicato de Hospedagem e Alimentação de Porto Alegre. Segundo a assessoria de imprensa da pasta, a maioria das viagens diz respeito à modernização trabalhista. “Ele participa de encontros e faz palestras explicando as vantagens das mudanças na legislação”, explica. “Além do mais, a família do ministro mora no RS, para onde ele retorna quase todos os fins de semana. Nenhuma agenda do ministro está ligada com eleições, e sim com as demandas do Ministério do Trabalho”, garante a pasta.

Justificativa parecida foi usada pelo ministro da Defesa, Raul Jungmann (PPS-PE), para explicar as 19 viagens oficiais que fez a Pernambuco desde que assumiu a pasta. A agenda de trabalho inclui visitas à base eleitoral, no Recife, praticamente todos os meses. A última foi na segunda-feira passada. “Todos os compromissos e deslocamentos oficiais do ministro da Defesa, Raul Jungmann, são assuntos relacionados à sua pasta ou a ela conexos”, afirma a assessoria. “As dimensões e estrutura do MD, herdeiro de quatro ministérios (Marinha, Exército, Aeronáutica e Estado Maior), quarto orçamento da República e mais de um terço de todos os servidores federais, demandam o deslocamento para vários estados da Federação, inclusive Pernambuco”, acrescenta. Os ministros anteriores, no entanto, não tinham tantos compromissos em Pernambuco. A título de comparação, o antecessor, Aldo Rebelo, por exemplo, esteve no estado apenas uma vez nos sete meses que comandou a pasta, entre outubro de 2015 e maio de 2016.

Apesar de ser apontado como pré-candidato ao Senado por Alagoas, a assessoria do ministro dos Transportes, Maurício Quintella (PR-AL), afirmou que “não há definição” em relação ao futuro político dele para 2018. Tendo ou não objetivos eleitorais na cidade, Quintella já esteve em Maceió pelo menos 17 vezes desde que assumiu a pasta, em maio do ano passado, quando suspendeu o mandato de deputado federal que exercia pela quarta vez. Na maioria das ocasiões, ele vai para Maceió às quintas ou sextas-feiras. Em janeiro, por exemplo, o ministro passou mais sextas-feiras em Maceió do que em Brasília. Nas ocasiões em que está no Distrito Federal, não são raras as vezes que recebe o prefeito da capital alagoana, Rui Palmeira (PSDB-AL), no gabinete.

Segundo o ministério, a maioria das viagens foi para inauguração de obras, vistorias ou algum congresso — nada a ver com política. “Quando o ministro assumiu a pasta, as obras no estado estavam praticamente paralisadas. Na época das chuvas, ele foi para lá com Temer. Foram alguns ministros para dar apoio às famílias nas enchentes”, explica a assessoria de imprensa. “Ressaltamos que são agendas oficiais de inauguração de obras federais no estado. Todas as viagens têm registro oficial em agendas públicas”, afirma, em nota. (DP).

1 Comentário

  1. sergio albuquerque gomes

    18 de setembro de 2017 em 11:16

    não creio que ainda vai ter eleitor para votar nesses caras do pmdb, sabidamente os mais corruptos e que respondem mais processos no stf.
    uma falta de vergonha para eles que ainda concorrem e aos eleitores que neles votarem.

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