Zika vírus é a provável causa de microcefalia em Pernambuco

micro1

O Ministério da Saúde confirmou, na tarde desta terça-feira (17), que o vírus zika é a causa mais provável do aumento do número de casos de microcefalia no Brasil, este ano. De acordo com o diretor da Divisão de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Cláudio Maierovitch, o número de casos notificados está em 399.

Segundo ele, dois fatores fortalecem a suspeita: não se encontrou nenhuma outra causa e houve grande circulação do vírus no Brasil em 2015. Além disso, foi confirmado hoje a identificação do zika vírus em líquido aminiótico (dentro do útero) de duas gestantes da paraíba com diagnóstico de microcefalia intrauterina. O diretor disse que três técnicas diferentes de exames confirmaram os resultados.

“É altamente provável a correlação entre as duas coisas (zika e microcefalia). Estamos sendo extremamente cautelosos com essa definição porque a situação é toda nova. Não tínhamos relatos anteriores sobre relação de vírus zika com malformação congênita de qualquer espécie. Fazer essa relação é algo novo na ciência. Os cientistas do mundo que quiserem, devem nos ajudar”, declarou Cláudio Maierovitch. Apesar de o zika ser a principal hipótese, ainda não estão descartadas outras possíveis causas.

O diretor não detalhou quantas crianças notificadas nesse universo de 399 estão em Pernambuco. Mas a Secretaria Estadal de Saúde (SES) deve fornecer a informação em coletiva marcada para a tarde desta terça (17). Ainda de acordo com Cláudio Maierovitch, no primeiro semestre deste ano houve circulação intensa de zika vírus em praticamente todos os estados do Nordeste. Mas não é possível saber a intensidade dessa epidemia em todos os locais porque não existem produtos para diagnóstico laboratorial.

As duas gestantes que apresentaram vírus zika no líquido aminiótico apresentaram o mesmo quadro já relatado por outras mães: febre baixa, manchas no corpo, duração curta da doença (de três ou quatro dias). Elas tiveram a infecção no primeiro trimestre da gravidez.

Cláudio Maierovitch recomendou às gestantes que sigam as rotinas de pré-natal, não usem medicamentos sem conhecimento médico e evitem contatos com possíveis fontes de infecção de qualquer tipo, como pessoas com febre, por exemplo. “Dada a suspeita do vírus zika, é preciso evitar a exposição aos mosquitos, mesmo que não seja fácil. Procurar não frequêntar lugares onde os vírus são abundantes. Fazer uso de repelentes e roupas com mangas longas.”

Fechado para comentários

Veja também

Pernambuco registra 109 municípios com redução no número de homicídios em abril

Pernambuco registrou, no mês de abril, uma redução no número de mortes violentas intencion…