Vírus primitivo pode aumentar mortes em UTI’s da Covid-19, diz Fiocruz por Edenevaldo Alves Postado em 24 de maio de 2021 A health worker cares for a COVID-19 patient at an Intensive Care Unit (ICU) of the Ronaldo Gazolla Public Municipal Hospital in Rio de Janeiro, Brazil, on March 5, 2021, a year after the first coronavirus case was registered in the city. (Photo by ANDRE COELHO / AFP) Um vírus primitivo, presente nos humanos há milhares de anos, pode estar sendo ativado pelo coronavírus e provocando aumento de mortes em pacientes graves. A hipótese faz parte de um estudo coordenado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) que pode ajudar a compreender por que alguns pacientes graves submetidos à ventilação mecânica conseguem deixar a UTI, enquanto outros não sobrevivem à Covid-19. A pesquisa indica que a presença do retrovírus endógeno humano da família K (HERV-K) está associada não só ao agravamento da doença como também à mortalidade precoce. De março a dezembro de 2020, o estudo “Ativação do Retrovírus Endógeno Humano K no Trato Respiratório Inferior de Pacientes com Covid-19 Grave Associada à Mortalidade Precoce” acompanhou 25 pessoas em estado crítico que necessitaram de ventilação mecânica. Com idade média de 57 anos, elas estavam internadas no Instituto D’Or e no Instituto Estadual do Cérebro Paulo Niemeyer. “A progressão de casos brandos para graves vinha sendo associada à hipoxia, inflamação descontrolada e coagulopatia. No entanto, os mecanismos envolvidos com a mortalidade em casos muito graves ainda não são bem conhecidos. Para isso, o estudo buscou compreender o viroma do aspirado traqueal de indivíduos em ventilação mecânica — isto é, os vírus presentes na amostra. Os testes mostraram níveis altos de HERV-K, em comparação com exames de pacientes com casos brandos e de não infectados”, explicou a Fiocruz.