Vacina da Sinovac é segura em idosos, mas produz resposta imune mais baixa

A vacina contra o coronavírus da fabricante chinesa Sinovac se mostrou segura e produziu resposta imune em idosos, embora esta tenha sido mais baixa do que em adultos, segundo dados divulgados pela própria empresa na última segunda-feira (7).

A informação foi anunciada pela agência de notícias Reuters em Pequim. Os resultados do estudo ainda não foram publicados formalmente.

Para chegar a tal conclusão, os pesquisadores da farmacêutica avaliaram, em uma fase combinada 1 e 2, iniciada em maio, 421 participantes com 60 anos ou mais de idade.

Os voluntários foram divididos em três grupos que receberam duas doses do imunizante cada um: o primeiro com uma baixa quantidade da vacina na dose, o segundo grupo com uma quantidade média e o terceiro com uma dose alta.

Mais de 90% dos participantes apresentaram um aumento significativo de anticorpos após 14 e 28 dias da primeira dose. Essa quantidade de anticorpos, no entanto, foi ligeiramente menor do que a observada em adultos de 18 a 59 anos. Nessa faixa etária, a incidência de proteção foi acima de 97% após 28 dias.

A observação de segurança de uma vacina para a faixa etária acima de 60 anos é especialmente relevante ao considerar o sistema imunológico em geral mais debilitado desses indivíduos. Por isso, testes de segurança com diferentes dosagens são importantes nesta etapa.

Chamada de CoronaVac, a vacina chinesa está atualmente em fase 3 de testes clínicos, inclusive sendo testada com cerca de 9.000 voluntários no Brasil. O governo de São Paulo fez um acordo com a farmacêutica Sinovac para transferência de tecnologia e produção da vacina junto com o Instituto Butantan no país.

Um porta-voz da Sinovac, Liu Peicheng, informou ainda que a candidata à vacina pode permanecer estável por até três anos armazenada, e que esse armazenamento pode ser feito em temperatura ambiente a 25?C por 42 dias, a 37?C por 28 dias e por cinco meses em temperatura de 2? a 8?C, o que pode indicar uma vantagem logística frente a outras candidatas, especialmente em países tropicais.

A vacina da farmacêutica Sinovac é feita a partir de vírus inativados. A ideia é modificar o Sars-CoV-2 tornando-o não infectante. Os cientistas inserem o coronavírus em células Vero -linhagem de células comumente utilizadas em culturas microbiológicas, sintetizadas a partir de células isoladas dos rins de uma espécie de macaco na década de 1960 e usadas até hoje- para multiplica-lo em laboratório. A partir daí, o vírus é inativado e incorporado na vacina.

A produção de vacina com o vírus totalmente inativado é semelhante à utilizada para a produção da vacina da raiva. Esse tipo de vacina, porém, necessita de grandes testes de segurança. A fase 3 que está em andamento no Brasil deve seguir por, no mínimo, seis meses.

A vacina produzida pela Sinovac necessita também de duas doses para imunização, o que deve representar um obstáculo logístico a mais para a fabricação no Butantan, que pretende produzir 120 milhões de doses até 2021, o que seria suficiente para imunizar cerca de 60 milhões de brasileiros.

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