Uso de células-tronco contra Covid-19 avança por Edenevaldo Alves Postado em 23 de maio de 2020 Pesquisadores de diversos países têm estudado uso de células-tronco no tratamento de Covid-19. As terapias celulares não atacam o vírus ou impedem a sua entrada nas células, mas diminuem o quadro inflamatório provocado pela reação imunológica em resposta à infecção. Seu uso para a Covid-19 ainda é experimental, e a aprovação dos órgãos regulatórios varia em cada país. Os estudos em curso avaliam a eficácia por meio de modelos animais e infecções in vitro e também são de uso compassivo, no qual o tratamento é testado em pacientes em estado grave sem chance de terapias alternativas. Os resultados têm sido promissores, e agora os hospitais devem iniciar os ensaios clínicos. Só na plataforma ClinicalTrials, que reúne pedidos em andamento, são mais de 30, de diversos países, incluindo China, EUA, França e Irã. A maioria dos estudos utiliza as células mesenquimais estromais (MSC, na sigla em inglês), mais conhecidas como células-tronco. A escolha da fonte das células varia de estudo para estudo, sendo que a medula óssea é a mais frequente, mas outras fontes celulares podem incluir o tecido adiposo, o cordão umbilical e até a placenta. Os efeitos colaterais da terapia com células-tronco são poucos, como febre baixa. Outra vantagem é que as células-tronco não necessitam de compatibilidade genética com o indivíduo receptor. Existem drogas em estudo para Covid-19 formadas por agentes anti-inflamatórios, como o anti-IL-6R (Tocilizumab), que têm sua quantidade aumentada na infecção, mas vantagem da terapia celular em relação a esse medicamentos é que elas servem como um coquetel, uma combinação de vários mediadores anti-inflamatórios distintos, e não apenas um. Em Israel, a farmacêutica Pluristem pretende começar até o fim do mês um ensaio clínico com células placentárias expandidas (PLX, na sigla em inglês) após o sucesso observado do uso compassivo por pacientes com quadro respiratório grave decorrente da Covid-19 em dois centros hospitalares. Os pacientes tiveram índice de recuperação de 100% em um período de 14 dias, e metade deles teve alta dos ventiladores mecânicos em menos de uma semana. O presidente e CEO da Pluristem Yaky Yanay disse à Folha que a vantagem do seu tratamento é a produção em larga-escala –uma única placenta pode fornecer o tratamento para até 20 mil pacientes. (AFP).