UPE e mais cinco instituições pedem o adiamento do Enem 2020

Em nota divulgada nesta terça-feira, o Consórcio Pernambuco Universitas, composto pela UPE, UFPE, UFRPE, UNIVASF, UNICAP e UFAPE, e apoiado pelo Conselho Nacional de Secretários da Educação (CONSED); União Nacional dos Estudantes (UNE) e Tribunal de Contas da União (TCU), desaprova a decisão de manutenção do calendário do Exame Nacional do Ensino Médio. De acordo com as instituições, manter o período de inscrições, aberto nesta segunda-feira (11), e as provas em novembro prejudicaria alunos de escolas públicas e aqueles que não têm acesso à internet em suas residências.

“Enquanto pelo menos 14 países na América, Ásia e Europa, continentes mais afetados pelo novo coronavírus, informam que seus exames de acesso ao Ensino Superior serão suspensos ou adiados (a França cancelou o BAC 2020; o SAT nos Estados Unidos e o GAOKAO no China foram adiados, dentre outros), o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), órgão responsável pelo ENEM e vinculado ao Ministério da Educação (MEC), insiste numa situação de normalidade inexistente nas escolas brasileiras”, diz o documento.

O documento aponta que a maioria das escolas particulares conseguiram, após grandes esforços, manter aulas remotas, o que não acontece em escolas públicas, “a exemplo dos pré-vestibulares da UPE e da UFRPE, PREVUPE e PREPEX respectivamente, que atendem estudantes exclusivamente das escolas públicas do estado, que ainda não tiveram suas atividades iniciadas em 2020 em consequência da pandemia do novo coronavírus”.

Em nota, as instituições reconhecem que desigualdades entre as classes sociais dos alunos que conseguem passar ou não em Universidades Públicas sempre existiu, mas durante a pandemia será ampliada. “Dados das análises socioeconômicas do ENEM 2018, divulgados em janeiro de 2019, evidenciam que 1 a cada 4 estudantes da classe média triunfa no ENEM, enquanto que a proporção dos estudantes das classes C e D é de 1 a cada 600. Na atual conjuntura de Pandemia Mundial e isolamento social, com o acirramento das desigualdades sociais, econômicas e educacionais já existentes, essa proporção referente aos seguimentos C e D certamente será drasticamente potencializada, inviabilizando o acesso ao Ensino Superior eTécnico por boa parte dos jovens brasileiros que estudam em escolas públicas.”

Durante o documento o Consórcio também aproveitou para discordar da afirmação feita pelo Ministério da Educação de que o ENEM “é uma competição”. “Se o fosse, nas atuais circunstâncias, não seria uma competição justa porque a maioria dos estudantes das escolas públicas e pobres não usufruem, no momento atual, de uma educação remota assim como acontece para os estudantes de escolas particulares. Sabemos que 1/3 dos brasileiros não têm acesso à internet e que 56% dos estudantes brasileiros não tem wifi em suas casas.”

Desta forma, as instituições pedem para que o MEC amplie o prazo de inscrição e adie as datas de realização das provas. “Manter o calendário atual do ENEM é ignorar as circunstâncias inadequadas que a maioria dos estudantes, principalmente de escolas públicas, se depara nesse momento como a falta de acesso a um ensino com isonomia e qualidade.”

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