Universidades federais dizem só ter como pagar as contas até setembro

As universidades federais afirmam que todo o recurso previsto para ser liberado até o fim do ano não é suficiente nem para pagar integralmente as contas e contratos que vencem em setembro.

Algumas instituições alertam que, sem a liberação de mais dinheiro pelo Ministério da Educação (MEC), terão de suspender aulas ou atividades por não conseguir pagar, por exemplo, serviços de vigilância, limpeza e energia.

O orçamento previsto inicialmente para o custeio das universidades este ano era de R$ 6,25 bilhões, mas em abril o MEC divulgou que iria bloquear 30% em um grande contingenciamento definido pelo governo. Quando foi anunciada a restrição, o ministro Abraham Weintraub disse que a redução não afetaria as atividades, se os reitores fizessem economia e melhor gestão dos recursos.

Das 63 federais do país, 37 responderam ao jornal O Estado de S. Paulo que adotaram medidas para cortar gastos, com revisão de contratos e mudança em procedimentos internos, mas mesmo assim dizem que o valor que ainda têm para receber do MEC é insuficiente para todas as despesas.

Esta semana, o MEC liberou para as universidades 5% do orçamento previsto no início do ano. Com essa parcela, elas atingiram 58% de liberação do orçamento originalmente previsto. Como 30% do recurso está bloqueado, elas ainda têm para receber este ano cerca de 12% do total original. Mas parte dessa verba de custeio não bloqueada (e ainda não liberada) está reservada para assistência estudantil – como bolsas, moradia, transporte.

Na Univasf, a medida que alcança todas as Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes) retém, em média, 30% das verbas de custeio, voltadas à manutenção de contratos de serviços continuados, terceirizados, atividades acadêmicas e administrativas em todos os campi.

Conforme os dados apresentados pela Pró-reitoria de Gestão e Orçamento (Progest), os contratos de mão de obra terceirizada e tarifas de abastecimento de água e energia concentram a maior parte das despesas de manutenção da universidade, sendo também os mais vulneráveis às oscilações da economia do País, em função dos reajustes que incidem sobre eles, o que eleva, a cada ano, o custo dos insumos mesmo sem haver aumento de consumo.

Fechado para comentários

Veja também

Católicos e ortodoxos podem reunificar a data da Páscoa e torná-la “fixa” em 2025; entenda

Entra ano, sai ano e fica a pergunta: quando caem os feriados móveis de carnaval, Páscoa e…