Uchoa diz que maconha não é produzida em Pernambuco

Apesar de o estado fazer parte do Polígono da Maconha, o presidente da Assembleia, Guilherme Uchoa (PDT), afirmou que não há produção de maconha em Pernambuco. Segundo ele, a erva, assim como o crack, entra no estado pelas fronteiras. Na sua visão, o Governo Federal precisa aplicar politicas públicas mais eficientes para coibir o tráfico de drogas. A declaração foi dada nesta segunda-feira (15), no Palácio das Princesas, enquanto o deputado discursava no ato de assinatura de convênio com o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) para aplicação de penas alternativas.

“Onde é que planta a maconha aqui em Pernambuco? Onde é que se fabrica o crack aqui em Pernambuco? Se soubesse já teria acabado. Mas o pior é que aqui é consumidor desses produtos. Esse produto não é fabricado aqui. Ele está vindo através das fronteiras. E essa fronteira o Governo Federal tem que assumir essa responsabilidade e dar um tratamento diferenciado nessa política e em outras”, disse Guilherme Uchoa.

Uma das maiores áreas de produção da erva é conhecida como “Polígono da Maconha”, que abrange 13 cidades de Pernambuco e da Bahia. Embora não haja números oficiais, de acordo com especialistas, a planta fabricada nessa região seria responsável por cerca de 30% do consumo no país. Na área, fala-se da presença da maconha desde o século 19, mas o auge da produção foi a década de 1990.

De acordo com a Polícia Federal (PF), foram erradicados 1,8 milhão de pés de maconha em Pernambuco, em quatro operações realizadas somente no ano passado. Com isso, 596 toneladas da erva deixaram de ser produzidas. Em 20l6 e 2015 foram 359 mil e 806 plantios erradicados, respectivamente.

A fragilidade das fronteiras e do combate ao narcotráfico foi criticada em outubro passado por 20 governadores no ‘Encontro dos Governadores do Brasil pela Segurança Pública e Controle de Fronteiras’, no Acre. Eles propuseram medidas na Carta do Acre, documento que resultou do evento. Na época, Paulo Câmara (PSB), que participou do encontro, lembrou que o Brasil faz fronteira com grandes produtores de cocaína do mundo – Bolívia, Peru e Colômbia.

“Com drogas e armamento pesado entrando com facilidade, o trabalho dos Estados é dificultado ainda mais. O crack já não está restrito apenas às grandes cidades. E cerca de 70% dos homicídios cometidos em Pernambuco decorrem do tráfico”, explicou Paulo Câmara, acrescentando que, sem trabalho integrado, o desafio se torna maior. (Folha PE).

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