Temer tenta atrair dissidentes do PSB e realiza encontro com presença do ministro Fernando Filho

No dia em que adiou o lançamento do cartão-reforma em Caruaru, no Agreste de Pernambuco – remarcado para o próximo dia 25 – o presidente Michel Temer (PMDB) colocou ainda mais lenha nas divergências partidárias em Brasília. O estopim foi a presença do chefe do Executivo federal no café da manhã da bancada de dissidentes do PSB na casa da líder da sigla na Câmara Federal, Tereza Cristina (MT), na terça-feira (18), por volta de 9h.

O encontro, que não estava inicialmente previsto na agenda oficial do peemedebista, foi visto como uma tentativa de atrair as lideranças insatisfeitas para o PMDB e aprofundou a cizânia do presidente com dirigentes do PSB e do DEM, além de criar desconforto no próprio PMDB. Em especial, as articulações aumentaram a tensão entre Temer e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), que também tenta levar os descontentes do PSB para seu partido com o intuito de reforçar seu capital político, diante da possibilidade de assumir a presidência.

O encontro de Michel Temer reuniu um grupo de cerca de 10 parlamentares do partido, que ameaçam deixar o PSB devido à ofensiva da Executiva Nacional socialista para punir os deputados que não seguiram a orientação de votar contra as reformas trabalhista e previdenciária. Além de Tereza Cristina, estiveram presentes o ministro de Minas e Energia, Fernando Filho (PSB), e os deputados Danilo Forte (PSB-CE) e Fábio Garcia (MT).

Após a reunião, Cristina revelou a intenção de parte dos correligionários de deixar o PSB, afirmando que tanto o PMDB de Temer, quanto o DEM de Maia estão nos planos dos parlamentares descontentes.

Não é à toa que o encontro do chefe do Executivo com os socialistas foi visto como um recado às pretensões do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, de atrair os socialistas insatisfeitos para o DEM. Tanto que o democrata recebeu, no mesmo dia, na residência oficial do presidente da Câmara, deputados do PSB para manter firmes suas articulações.

A reação mais forte de insatisfação dos Democratas com a atitude de Temer, contudo, partiu do líder da sigla na Câmara, Efraim Filho (PB), que classificou como desleal a atitude do PMDB de cooptar as lideranças que estavam em negociação com sua agremiação.

O descontentamento com as movimentações, no entanto, não se limitou ao DEM. O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, e lideranças da sigla que defendem o afastamento de Michel Temer da Presidência também reagiram com indignação. “Eu vejo estupefato que o presidente saia dos seus afazeres de chefe de Estado para os afazeres de chefe de partido.

Promover uma agenda que não estava divulgada oficialmente para fazer coptação de deputados. O ingresso ou saída de deputados é uma questão individual, mas o presidente não pode deixar suas funções para se dedicar ao partido em meio a uma crise que afeta o País”, bateu.

Jantar

Ainda na noite de ontem, Temer se reuniu com Maia, na residência oficial da Presidência, em Brasília. O encontro, promovido pelo ministro Mendonça Filho (Educação), teria servido para aparar as arestas provocadas pelo gesto de Temer.

Os dois saíram lado a lado, no final do jantar, que contou com a participação de diversas lideranças da base, como Bruno Araújo (Cidades). Aliados de Temer e de Maia passaram todo o dia de ontem tentando contornar o mal-estar provocado pela disputado pelo apoio do PSB. (Folha PE).

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