Temer diz que população vai entender o aumento do preço da gasolina

Após usar a máquina pública para a manutenção de apoio relativo a denúncia por corrupção passiva que enfrente na Câmara dos Deputados, o presidente Michel Temer (PMDB) disse, na noite de quinta-feira (20), ao chegar a Mendoza, na Argentina, para a 50ª Cúpula do Mercosul, que “a população brasileira irá compreender” o aumento dos impostos cobrados sobre os combustíveis, “porque este é um governo que não mente, que não dá dados falsos”.

O presidente justificou o aumento dizendo que seu governo vem buscando “manter a responsabilidade fiscal, com a determinação de dizer claramente o que está acontecendo.”

Como justificativa, o peemedebista lembrou que seu governo havia cogitado o retorno da CPMF, “era algo que estava no horizonte e acabamos não levando adiante essa matéria. Mas agora levamos, enfim, a um pequeno aumento, que diz respeito apenas aos combustíveis”.

O “pequeno aumento” de Temer é o dobro das alíquotas de PIS e Cofins da gasolina e elevação em 86% a do diesel. O resultado é que, a partir desta sexta-feira (21), o litro da gasolina poderá sofrer reajuste de até R$ 0,41, e o do diesel, de R$ 0,21. No etanol, a alta poderá chegar a R$ 0,20.

Com a elevação de tributos, o governo espera arrecadar R$ 10,4 bilhões até o final deste ano com a medida. O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse que o aumento de tributos era a única saída neste momento para elevar as receitas do governo, que vêm diminuindo com a recessão. Segundo Meirelles, “tudo o que fazemos é para beneficiar o bolso do cidadão. Ganhando mais, com emprego e com menos inflação”.

Além do aumento de impostos, o governo Temer congelou mais R$ 5,9 bilhões em despesas, aprofundando o arrocho na máquina pública e pondo em risco a continuidade de serviços no próximo mês. Em março, a equipe econômica já tinha bloqueado R$ 42 bilhões do Orçamento, mas pouco depois foi preciso liberar R$ 3 bilhões para gastos obrigatórios com saúde.

Em busca de apoio no Congresso para barrar a denúncia criminal apresentada pelo Ministério Público contra ele, Michel Temer também liberou R$ 1 bilhão para projetos patrocinados por parlamentares em suas bases eleitorais.

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