Sem Bolsonaro, Haddad foi o alvo preferencial no debate da TV Aparecida

O debate da TV Aparecida com a participação de sete candidatos à Presidência da República realizado, na noite dessa quinta-feira (20), pela emissora ligada à Confederação Nacional dos Bispos e à Igreja Católica, teve algumas particularidades. Foi o primeiro embate após o ataque em Juiz de Fora a Jair Bolsonaro (PSL), que não pode estar presente ao evento por ainda estar hospitalizado, e também a primeira vez que Fernando Haddad (PT) – antes vice do ex-presidente Lula – participou na condição de presidenciável. E foi exatamente a presença do petista, que aparece hoje em segundo lugar na preferência do eleitorado, atrás do capitão reformado, que deu o diferencial ao encontro, visto que vários postulantes o usaram como alvo, para tentar desestabilizar sua boa performance frente ao eleitorado, não sem alfinetar o líder nas pesquisas.

A polarização se deu, de forma franca, entre Haddad e o candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, que partiu para o ataque ao ser questionado pelo petista sobre a reforma trabalhista e a PEC do Teto de Gastos. Alckmin disse que todo partido deveria fazer autocrítica, especialmente o PT, mas que o partido de Haddad, “ao invés de fazer autocrítica lança candidatura na porta de penitenciária”. O petista teve a candidatura oficializada em frente à sede da PF em Curitiba, onde está preso o ex-presidente Lula.

Alckmin afirmou, ainda, que não precisaria do teto de gastos se os governos do PT não tivessem debilitado tanto a economia. O tucano ainda devolveu: “Quem escolheu o (Michel) Temer foi o PT. Aliás, reincidentes, porque escolheram o Temer duas vezes”, disse. Haddad, por sua vez, disparou: “Você (Alckmin) deveria ler a entrevista do seu presidente (Tasso Jereissati), que assumiu que sabotou o governo (Dilma) desde a eleição, aprovando medidas que o PSDB era contra”, disse. O embate entre os dois candidatos era esperado, uma vez que a campanha do tucano já havia sinalizado que ele subiria o tom contra o petista.

Aproveitando uma pergunta de Haddad sobre a família, Álvaro Dias (Podemos) também atacou o petista. “Você vem para essa campanha como porta-voz da tragédia, representante do caos. Embora seu discurso seja outro, o da ficção, o da geração da falsa expectativa, o da mentira”, criticou. Ao tentar contra-atacar, Haddad apenas tergiversou, sem resposta.

Apesar de menos enfático, Ciro Gomes (PDT) também estocou o candidato petista. Após questionar Haddad sobre qual seriam seus projetos para a área tributária, o pedetista – que o havia chamado de amigo – alfinetou. “Vou dar uma ‘pinicadinha’: por que razão o povo brasileiro deveria acreditar nessas ideias, se o seu partido, que governou por 14 anos, mas jamais aprovou o tributo sobre lucros e dividendos?” Ao que Haddad respondeu: “Eu penso que Lula fez uma das maiores reformas tributárias às avessas, ao botar o pobre no orçamento pela primeira vez. Foi pelo lado da despesa que fizemos todos os programas sociais que revolucionaram a vida dos mais pobres. Bolsa Família, Luz para todos, Minha Casa Minha Vida”, respondeu Haddad.

CPMF

Henrique Meirelles (MDB) tentou em todo momento ressaltar seus feitos como presidente do Banco Central e como ministro da Fazenda, sem colar ou defender Temer. Meirelles trouxe a questão do Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), prometido por Bolsonaro, ao debate, não sem alfinetar o economista Paulo Guedes. “Propor CPMF é algo para alguém que não tem preparo em economia”, disse Meirelles. “O candidato que não está aqui, não é só essa proposta dele que é nefasta porque prejudica o mais pobre”, declarou Marina Silva (Rede), que na sequência alfinetou Haddad e Bolsonaro, sem citar nomes. “Essa visão de política e de País tem que ser combatida: temos que acabar com a ideia de ficar entre a cruz e a espada, entre a violência e a corrupção”. (Folha PE).

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