Reforma trabalhista vai para votação final no Senado após novas concessões do Governo

O Governo de Michel Temer conseguiu passar pela primeira prova de força após as denúncias de corrupção feitas pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contra o presidente. Depois de mais de 13 horas de sessão, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou, por 16 votos a 9, o relatório governista da reforma trabalhista do senador Romero Jucá (PMDB), que endossa o texto aprovado na Câmara. Sob protestos da oposição, a comissão autorizou também o regime de urgência para o projeto ir para plenário. A votação no Senado pode acontecer já na próxima semana, segundo o presidente da Casa, Eunício Oliveira.

Essa é a terceira comissão no Senado pela qual passou o texto da reforma. Na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) o parecer foi aprovado, enquanto na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) ele foi rejeitado para surpresa do Governo. Diante do risco de um novo revés na votação nesta quarta, a gestão de Temer teve que fazer novas concessões e propor uma acordo para convencer os senadores a aprovarem a proposta. O líder do governo no Senado Federal, Romero Jucá (PMDB/RR), leu na comissão uma carta do presidente Michel Temer se comprometendo em enviar ao Congresso uma medida provisória com vetos e ajustes à reforma. (El País).

ENTENDA O QUE GOVERNO PROMETEU ALTERAR NA REFORMA TRABALHISTA

Um acordo entre o Governo e os presidentes das comissões de Assuntos Econômicos, Tasso Jeiressati (PSDB-CE), Marta Suplicy (PMDB-SP) e Edison Lobão (PMDB-MA) foi apresentado nesta quarta na CCJ. Veja quais foram os pontos que o Planalto se comprometeu a modificar na reforma trabalhista.

Trabalho intermitente – Será estabelecido um mecanismo de quarentena de 18 meses para evitar o risco de migração de contratos por tempo indeterminado para contrato intermitente. A multa de 50% em caso de descumprimento será eliminada “por impor inapropriados custos financeiros ao trabalhador”.

Jornada 12X36 – Será modificado o artigo que permite a adoção dessa jornada. Essa forma de contratação só será permitida por acordo coletivo ou convenção coletiva.

Salvarguadas à participação sindical – Será obrigatória a participação sindical na negociação coletiva. E a comissão de empregados, figura criada pela reforma, “não substituirá de maneira nenhuma a função do sindicato de defender os direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria”.

Gestantes e lactantes – Será restabelecida a vedação do trabalho em locais insalubres. Apenas será permitido o trabalho de gestantes em locais insalubres “em grau médio ou mínimo” mediante a apresentação, pela mulher, de atestado emitido por médico do trabalho.

Insalubridade – O enquadramento do grau de insalubridade e prorrogação da jornada em local insalubre só poderão efetivar-se por meio de negociação coletiva.

Dano extrapatrimonial – Será vetado o trecho que diz que as indenizações pagas a trabalhadores serão proporcionais ao salário do empregado. A metodologia do cálculo será reavaliada.

Autônomo exclusivo – O contrato do trabalhador autônomo não poderá prever nenhum tipo de cláusula de exclusividade, sob pena de configuração de vínculo empregatício.

Imposto sindical – No fim do documento, há uma recomendação ao Executivo para que estude um modelo de extinção gradual da contribuição sindical obrigatória.

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