Prefeito de Paulista (PE) é afastado do cargo após operações policiais que investigam esquemas de fraude e desvio de dinheiro

O prefeito de Paulista (PE), Júnior Matuto (PSB), foi afastado do cargo nesta terça-feira (21), após o cumprimento de mandado de suspensão de exercício de função pública durante as operações Chorume e Locatário, da Polícia Civil. Elas investigam fraudes em contratos com uma empresa de limpeza urbana e um esquema de dispensa de licitações para aluguel de prédios públicos, respectivamente

De acordo com a Polícia Civil, a Operação Locatário envolve o prefeito de Paulista, seis servidores públicos e o dono de uma empresa de locações. O esquema desviou cerca de R$ 900 mil, segundo as investigações.

Júnior Matuto também foi um dos alvos dos mandados da Operação Chorume, que investiga a fraude em licitação envolvendo uma empresa de limpeza urbana do município de Paulista. A suspeita é de que o valor desviado seja de R$ 21 milhões, de acordo com a Polícia Civil. Além do prefeito, o casal dono da empresa e seis servidores municipais são investigados.

Durante o afastamento de Júnior Matuto, a administração do município fica a cargo de Jorge Carreiro (PV). O então vice-prefeito de Paulista, que também é presidente do diretório estadual do Partido Verde, assumiu a gestão em cerimônia de posse realizada no início da tarde desta terça-feira (21) na Câmara de Vereadores da cidade.

As irregularidades na Parceria Público-Privada (PPP) com a empresa de limpeza urbana I9, criada pela empresa de limpeza urbana Locar para atender à PPP, foram constatadas por uma auditoria do Tribunal de Contas do Estado (TCE).

“Toda PPP prevê um investimento inicial por parte da empresa, mas nesse caso de Paulista, a empresa não fez o investimento previsto. Sem esse dinheiro, a parcela paga mensalmente pela prefeitura deveria ser menor. Pela auditoria, foi encontrada uma diferença mensal de R$ 400 mil”, explicou o auditor Edgard Pessoa de Melo, responsável pela Divisão Sul da Gerência de Auditoria de Obras Municipais.

A auditoria constatou que, mensalmente, a prefeitura pagava R$ 2 milhões à empresa, mas o valor que deveria ser pago era cerca de R$ 1,6 milhão. Entre os anos de 2013 e 2017, foram contabilizados R$ 21 milhões em pagamentos irregulares.

Além do pagamento irregular, a Polícia Civil também constatou que havia uma ligação entre o gestor do município e os responsáveis pela empresa.

Fechado para comentários

Veja também

Funcionário tem cabeça decepada em ataque dentro de hospital de Fortaleza (CE)

Um funcionário do Hospital Instituto Doutor José Frota (IJF), em Fortaleza, Ceará, foi mor…