Polícia Militar ganha primeira tenente-coronel da história da Bahia

Integrante da primeira turma de mulheres oficiais da Polícia Militar, Fernanda Dantas, 54 anos, médica, solteira e sem filhos é também a primeira mulher a alcançar a patente de tenente-coronel da Polícia Militar da Bahia. Especialista em pediatria, bacharela em Direito e mestranda em Administração Pública, ela é fonte de inspiração para as oficiais que sonham chegar ao topo da carreira militar.

Hoje se divide entre as funções realizadas no Departamento de Saúde da PM, na Vila Militar do Bonfim, onde é lotada, e no Setor Médico do Centro de Operações e Inteligência-2 de Julho, no Centro Administrativo da Bahia. Seja em um local de trabalho ou no outro, o reconhecimento e o orgulho das colegas de farda são os mesmos. Doutora Ana Fernanda, como é chamada, entrou para a história da PM.

Ela é a maior autoridade feminina da corporação. “Nem me dei conta sobre quanto isso é representativo, até o dia da solenidade de ascensão. Quando olhei ao meu redor e vi que era só eu de mulher, a ficha caiu”, lembra com satisfação. Mas ninguém está mais feliz com a promoção do que dona Ana Margarida, 83 anos, mãe da TC Ana Fernanda, que viveu para ver a filha entrar para a história da corporação Centenária Milícia de Bravos.

Trajetória

O gosto pela instituição militar veio ao acompanhar a carreira de um tio emprestado que serviu ao Exército. Após se formar médica pela Universidade Federal da Bahia aos 23 anos, seguiu os estudos e fez especialização em pediatria, à espera de concursos públicos em instituições militares, até finalmente alcançar a aprovação do ingresso de mulheres na PM. Aos 28 anos foi aprovada, ingressando na instituição aos 29. Atuava no extinto Hospital da Polícia Militar, que atendia integrantes e familiares. Cumpriu funções no Colégio da Polícia Militar, e em outros setores da PM, sempre em funções ligadas à saúde.

Mesmo com todas as discussões sobre machismo iniciadas no século passado, Ana Fernanda diz que nunca sofreu preconceito entre os colegas, mas, claro, não deixa de reforçar que a grande maioria deles era do sexo masculino. “Junto comigo entraram outras mulheres, mas a gente não tinha referência feminina lá dentro. Éramos só nós, iniciando a trajetória da mulher na PM”, lembra. Disse ainda que, justamente pelo número reduzido de representantes femininas na instituição, a autocobrança era muito grande. “Antes de qualquer pessoa, eu mesmo era quem mais cobrava de mim. Sempre trabalhei com amor e com muito zelo, para que sempre oferecesse o melhor de mim à instituição”, afirmou.

Na PM sempre foi a número um e por isso carregou a responsabilidade de ser exemplo. “Embora a corporação seja de maioria de homens e geralmente ter mais vagas para o sexo masculino, nós mulheres estamos realizando nosso trabalho com eficiência e excelência, somos mais cobradas só por sermos mulheres, então estamos cada dia mais nos destacando em nossas carreiras”, comemora. (SSP-BA).

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