Polícia Federal pede ao Supremo quebra de sigilo bancário de empresa supostamente ligada a amigo de Temer

A Polícia Federal pediu ao Supremo Tribunal Federal quebra de sigilo bancário desde o ano 2000 da empresa Elilland do Brasil, braço de uma empresa sediada no Uruguai.

A PF suspeita que a Elilland tenha sido usada para recebimento de propina por parte do coronel aposentado da Polícia Militar de São João Batista Lima Filho, o coronel Lima, amigo do presidente Michel Temer.

O pedido, feito no mês passado, será analisado pelo ministro Luís Roberto Barroso, relator de inquérito que investiga Temer. A suspeita da PF é que, em troca de propina, o presidente editou um decreto para favorecer empresas do setor portuário. Temer sempre negou.

O objetivo da quebra de sigilo é analisar extratos bancários em razão de contratos firmados entre a Elilland e a Rodrimar, suspeita de ter sido beneficiada pelo decreto do setor portuário e ter feito pagamento de propina a Temer. A empresa diz não ter sido favorecida.

As suspeitas de ligação entre a Elilland e o coronel Lima surgiram em depoimento do contador Almir Martins, que presta serviços para a empresa Argeplan e foi contador das campanhas de Temer em 1994, 1998, 2002 e 2006.

A Argeplan pertence ao coronel Lima, que chegou a ser preso na Operação Skala, em março, suspeito de receber do grupo J&F R$ 1 milhão, dinheiro que supostamente seria encaminhado a Temer.

A PF suspeita que o contador Almir Martins seja “laranja” do coronel Lima. Martins disse à PF ter sido indicado por um diretor da Argeplan, que já morreu, para a função de gerente da Elilland do Brasil.

O contador admitiu aos investigadores que se recorda de contrato firmado entre a Elilland do Brasil e a Rodrimar, mas disse não se lembrar do objeto nem dos valores envolvidos – somente que os pagamentos ocorreram por 10 anos, até o ano de 2010.

Agora, o objetivo dos investigadores é apurar se a Elilland recebeu da Rodrimar e tentar rastrear o caminho do dinheiro.

Em março, o ministro Luís Roberto Barroso autorizou a quebra do sigilo bancário do presidente, também para que a PF possa apurar se houve movimentação suspeita nas contas de Michel Temer.

Mas essa investigação segue em andamento. Nesta semana, Barroso deu prazo até o começo de setembro para a conclusão das investigações.

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