Polícia Federal investiga esquema de corrupção bilionária no Ceará envolvendo juízes e advogados com mandado de prisão em Pernambuco

A Polícia Federal (PF) apreendeu mais de R$ 900 mil em espécie, nesta sexta-feira (20), durante a operação Skiagraphia, que investiga um esquema de corrupção bilionário no Ceará com a participação de juízes federais, advogados, empresários e servidores públicos.

De acordo com a PF, o Tribunal Regional Federal da 5ª Região expediu o cumprimento de 19 mandados de busca e apreensão nas cidades de Fortaleza (CE), Brasília (SP), São Paulo (SP), Recife (PE) e Dourados (MS).

Noventa policiais federais estão nas ruas. Segundo O Globo, entre os alvos está o juiz Augustino Lima Chaves, que realizou, durante atuação no Ceará, pagamento de R$ 107 mil em espécie para um hospital, ostentando “ganhos incompatíveis com a sua remuneração”. Chaves ocupa, atualmente, o cargo de auxiliar da Presidência do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Segundo a PF, em Pernambuco, um mandado de busca e apreensão foi cumprido num escritório de advocacia situado no bairro do Pina, na Zona Sul do Recife. A PF informou que nada foi arrecadado no local. Já em São Paulo, os agentes encontraram R$ 930 mil em espécie num escritório de advocacia. A suspeita é que a quantia seja de origem ilícita.

Ainda segundo a PF, as investigações tiveram início em 2019 após informações da Procuradoria da Fazenda Nacional apontarem indícios de participação de magistrados, advogados e empresários – devedores do Fisco Federal – em ações em curso na Justiça Federal entre os anos de 2012 a 2016 e que resultaram em prejuízo bilionário aos cofres da União.

Estão sendo investigados ilicitudes na condução de processos de execuções fiscais dos grandes devedores da União, vínculos suspeitos entre magistrados e advogados, fluxo financeiro suspeito e falsificação documental com simulação de intimações da União, ações que geraram prejuízo à Fazenda Nacional em benefício de empresários, informou à PF.

Caso as suspeitas se confirmem, os investigados poderão responder por crimes de corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa. As penas podem chegar a 42 anos de prisão.

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