Polícia Civil deflagra operação contra sonegação fiscal e lavagem de dinheiro em Pernambuco

A Polícia Civil de Pernambuco deflagrou, na manhã de quinta-feira (20), a operação batizada de “Laranja de Pano”. Vinculada à Diretoria Integrada Especializada (DIRESP), a ação tem como alvo suspeitos de integrar uma organização criminosa voltada à prática dos crimes de sonegação fiscal e lavagem de dinheiro.

A operação visa cumprir 25 mandados de prisão e 31 mandados de busca e apreensão domiciliar, todos expedidos pela 1ª Vara Criminal da Comarca de Camaragibe. Participam da execução 165 policiais civis, entre delegados, agentes e escrivães, além de auditores fiscais.

Iniciada em dezembro de 2019, a investigação descobriu a existência de uma organização criminosa que atuava nos segmento de tecidos, confecções e venda de bicicletas para Pernambuco e estados vizinhos. A fraude consistia na abertura sistemática de empresas – que, na grande maioria, sequer existiam – com objetivo de vender notas fiscais para acobertar o trânsito de mercadorias ou transferir crédito fiscal.

De acordo com a delegada Priscilla Von Sohsten, titular da Delegacia de Combate aos Crimes Contra a Ordem Tributária (DECCOT), os principais clientes da organização criminosa eram empresários do ramo de tecidos. “Estão sendo investigados feirantes e grandes empresas. A maioria vinha comprar tecidos em Pernambuco para levar para outros estados e precisava regularizar essa situação de alguma forma. Como não possuiam CNPJ ou simplesmente não queriam pagara impostos, aquiriam essas notas fiscais fictícias”, explica.

A quadrilha é acusada de aliciar pessoas para servirem de “testas-de-ferro” para abertura de empresas em seus nomes em troca de vantagens financeiras. Foram identificadas mais de 70 empresas “laranjas” criadas em Pernambuco, que juntas movimentaram cerca de R$ 50 milhões. As investigações contaram com apoio da Diretoria de Inteligência da Polícia Civil de Pernambuco (DINTEL) e da Secretaria da Fazenda (SEFAZ).

Os mandados envolvem os municípios pernambucanos de Jaboatão dos Guararapes, Paulista, Olinda, Cabo de Santo Agostinho, Caruaru, Altinho e Santa Cruz do Capibaribe, além de Aparecida de Goiânia, em Goiás. Os crimes investigados possuem penas que variam de um a dez anos de reclusão. As identidades dos suspeitos não foram divulgadas pela Polícia Civil.(FolhaPE)

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